O inferno
O inferno O tormento eterno no lago de fogo A Bíblia se refere ao inferno tanto em seu estado atual, onde os ímpios já estão sob tormento enquanto aguardam a ressurreição de seus corpos, como em seu estado final (também chamado de “lago de fogo”), onde os ímpios juntamente com o diabo e seus anjos serão eternamente castigados após o julgamento final. O que a Bíblia diz sobre o inferno? A doutrina bíblica acerca da realidade do inferno é muito clara, e por mais que pareça aterrorizante não deve ser negada. Ao mesmo passo em que a Bíblia ensina que a vida eterna dos redimidos ao lado de Deus no novo céu e nova terra será tão gloriosa que é inimaginável para nós na atualidade, ela também ensina que o tormento eterno dos ímpios no inferno é tão terrível que foge à nossa compreensão. Existem realmente muitas referências bíblicas que apontam para o inferno como um lugar real onde os ímpios e os anjos caídos serão atormentados. Apesar da doutrina acerca do inferno não aparecer tão detalhada nos livros do Antigo Testamento como aparece no Novo, há muitos textos que apontam para esse lugar. Um dos exemplos que podemos utilizar é a passagem de Salmos 73:17-19, onde Asafe, num questionamento sobre o sofrimento dos justos e a prosperidade dos ímpios, entende o quão terrível é o destino do ímpio quando morre, pois eles caem em ruína, são destruídos de repente, completamente tomados de pavor. Aqui podemos entender que o sofrimento do ímpio está sendo descrito deste o estado intermediário onde ele aguarda o juízo final, até sua condenação definitiva no lago de fogo. Já no Novo Testamento, encontramos várias passagens bíblicas que falam explicitamente sobre a realidade do inferno (Mt 5:22; 8:12; 13:42,50; 18:9; 22:13; 24:51; 25:30,41-46; Lc 16:23; 1Ts 5:3; 2Ts 1:7-9; 2Pe 3:7; Jd 1:13; Ap 20:10 e outras). Nas passagens citadas acima, podemos notar que na maioria delas é o próprio Jesus quem está ensinando. Portanto, negar a existência do inferno consiste em negar o ensino do próprio Senhor. Podemos notar que os apóstolos também ensinaram acerca do inferno, com destaque ao Apóstolo João que descreveu detalhes importantes no livro do Apocalipse. O que significa "inferno"? A palavra inferno é de origem latina e significa “profundezas”. Essa palavra não aparece originalmente na Bíblia, mas foi utilizada para traduzir quatro termos originais nas Escrituras, sendo eles: Sheol, Hades, Gehenna e Tártaro. Estes quatro termos possuem diferentes significados e aplicações, porém se tratando do inferno em seu estado final, ou seja, o lugar de condenação eterna após o juízo final, Gehenna é o termo que aparece no Novo Testamento para designá-lo. A palavra Gehenna é uma adaptação grega do hebraico Ge’hinnom, que significa “Terra de Hinom”, referindo-se a um vale no lado sul de Jerusalém onde eram oferecidos sacrifícios humanos ao deus pagão Moloque. Mais tarde, esse ele passou a ser o lugar de incineração do entulho que vinha de Jerusalém, ficando constantemente um fogo acesso ali. Nos Evangelhos, Jesus utilizou a figura desse lugar para se referir ao local de castigo dos ímpios, pois seus ouvintes sabiam muito bem todo o contexto histórico de abominações que cercava aquele vale. Como é o inferno? Ao longo do tempo esta pergunta tem sido respondida com muita imaginação e fantasia, mas pouquíssima verdade bíblica. Principalmente nos últimos anos, com a divulgação de várias “experiências e visões” de pessoas que alegam ter visto ou estado lá, praticamente foi desenhada a planta do inferno, com uma riqueza de detalhes impressionante. Porém, tais descrições não são inéditas, ao contrário, desde a literatura apocalíptica do século 2 d.C. já é possível encontrar relatos semelhantes acerca do inferno. Talvez o texto mais detalhado dessa época seja o apócrifo Apocalipse de Pedro, que trás uma descrição acerca das bem-aventuranças no céu, e os castigos por tipo de pecados no inferno. Vale ressaltar que o autor desse livro não é o apóstolo Pedro, e o texto possui sérias contradições com as Escrituras, sendo a principal delas a negação da punição eterna. O pensamento medieval acerca do inferno foi diretamente influenciado por esse tipo de texto, ficando explicito tanto na literatura como nas obras de arte. É importante sabermos disso para entendermos que as “visões” que são vendidas como best-sellers na atualidade, nada mais são do que as velhas histórias recontadas com um pouco mais de ficção e apelo sensacionalista. As pessoas possuem uma aptidão natural para inventarem teorias que respondam suas próprias curiosidades. Ao procurarem detalhes específicos sobre o inferno que a Bíblia não fornece, pessoas especialistas em relatar o macabro, deram um jeito nisso, e ofereceram suas próprias “revelações divinas”. Todo cristão verdadeiro deve ter a convicção de que a Bíblia é a única genuína revelação da Palavra de Deus. É nossa regra de fé e prática, infalível e inerrante. Assim, tudo o que precisava ser revelado por Deus a nós está nela, e ela não precisa de novos apêndices, anexos ou revisões. Se tais visões sobre o inferno contradizem claramente as Escrituras, então elas precisam definitivamente ser rejeitadas. Como já foi dito, a Bíblia não fornece tantos detalhes específicos sobre o inferno, porém o que está escrito nela já é o suficiente para entendermos tamanho terror que cerca esse lugar. A Bíblia descreve o inferno como sendo: Um lugar onde o fogo nunca se apagará (Mt 3:12; 18:8; Mc 9:43; Lc 3:17; Jd 1:7). A fornalha de fogo (Mt 13:42,50). Um lugar de “choro e ranger de dentes” (Mt 24:51). O lugar preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25:41). Um lugar onde o verme que atormenta o ímpio nunca morre (Mc 9:48). O lugar da destruição eterna (2Ts 1:9). O lugar das mais densas trevas (Jd 1:13). Um lugar onde há tormento “com fogo e enxofre“, e a fumaça desse tormento sobe pelos séculos dos séculos (Ap 14:9-11). Um lugar onde o castigo é constante, não cessando nem de dia nem de noite (Ap 20:10). O lago de fogo que arde com enxofre (Ap 21:8). Resumindo, podemos dizer que o inferno é real, é um lugar de terrível lamento, de castigo e destruição eterna para os ímpios, Satanás e seus anjos. Como é o castigo no inferno? O castigo no inferno é a exposição à ira de Deus: certamente essa é a condenação mais terrível que pode existir. Imagine o quão aterrorizante é passar a eternidade experimentando a ira de Deus como um “fogo consumidor” (Hb 12:29; cf. Hb 10:27,31; Rm 2:5; Jo 3:36). Jesus, através da revelação dada ao apóstolo João, nos informou que os ímpios “tomarão do vinho da ira de Deus que se foi derramado sem mistura no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” (Ap 14:10). O castigo no inferno resulta em terrível dor: somente no Evangelho de Mateus, Jesus descreve pelo menos seis vezes os ímpios chorando e rangendo os dentes sob o castigo no inferno (Mt 8:12; 13:42,50; 22:13; 24:51; 25:30). Obviamente eles choram, se lamentam profundamente e rangem os dentes pela terrível dor que sentem. O castigo no inferno é consciente: nossos corpos atuais, geralmente quando submetidos a uma situação de terrível dor e trauma, acabam “apagando” (ou desmaiando). Porém isso não ocorre no inferno. Durante o estado intermediário, isto é, o período em que os mortos aguardam a ressurreição de seus corpos para o dia do juízo, os ímpios são afligidos terrivelmente em suas almas estando eles conscientes. Isso é um ensino claro na Parábola do Rico e Lázaro (Lc 16:19-31). Depois de terem seus corpos ressuscitados, os mesmo ímpios serão condenados ao inferno em seu estado final, onde sofrerão, tanto em seus corpos como em suas almas, o castigo pelos seus pecados (Ap 20:11-15). O castigo no inferno reflete a separação: o Apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, ensinou que os ímpios ficarão em perdição eterna, “banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Ts 1:9). Certa vez Jesus falou que os ímpios ouvirão as seguintes palavras: “Apartai-vos de mim” (Mt 7:23). O castigo no inferno implica que o condenado será excluído permanentemente da presença de Deus em graça e amor, ou seja, não terão de forma alguma comunhão com Ele. A importância da doutrina sobre o inferno A realidade sobre o inferno é raramente pregada na maioria das Igrejas. Parece que existe muita relutância e pesar quando falamos sobre a punição eterna, mas não deveria ser assim, pois apesar de ser um tema muito difícil para nós, ele é extremamente necessário. Aqui vale mais uma vez relembrar que Jesus, nosso Salvador, foi quem mais pregou acerca do inferno. Também precisamos sempre ter mente a verdade de que Deus é justo, e jamais condenaria alguém a um castigo que não merecesse. Portanto, o castigo que o homem recebe é com base na retidão da justiça de Deus. As pessoas que vão para o inferno, são sentenciadas a esse destino devido a suas próprias escolhas, pois ignoraram a glória de Deus e rejeitaram a Sua providencia em favor do pecado do homem através da obra de Cristo na cruz (Jo 3:18-21; Rm 1:18,24,26,28,32; 2:8; 2Ts 2:9-12). Na doutrina sobre a realidade do inferno, devemos enxergar a graça e a misericórdia de Deus que adverte o pecador a se voltar para Cristo e encontrar nele salvação.
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