Tudo o que fizermos, só terá valor eterno, na medida em que cooperar com o propósito de Deus.
O Propósito Eterno de Deus
Este é um tema básico, fundamental. Devemos receber totalmente em nossos corações as verdades aqui contidas. Não pode ser um mero estudo de uma apostila. Deve tomar conta de todo o nosso ser. Mente e coração devem estar tomados do conhecimento da glória que há no propósito do Senhor. O propósito (alvo, meta) é que vai direcionar todo o nosso comportamento, trabalho, ênfase, enfoque e maneira de agir. Se quisermos verdadeiramente cooperar com Deus, devemos conhecer bem seus desejos, seu propósito, seu coração.
Tudo o que fizermos, só terá valor eterno, na medida em que cooperar com o propósito de Deus.
Um erro muito comum
Por anos, muitos cristãos tem vivido sem conhecer qual é o propósito (objetivo) de Deus para com suas vidas. Muitos tem crido, equivocadamente, que nossa meta como cristãos é chegar aos céus. Baseiam-se para isso em textos como os de I Timóteo 2:3-4; II Pedro 3:9 e ainda João 3:16. Vendo a Bíblia com um enfoque humanista, (isto é, o homem no centro), concluem que o propósito de Deus é a salvação dos homens. Tudo gira em torno do homem e de suas necessidades.
Esta visão equivocada ocorreu porque sempre víamos o propósito de Deus começando com a queda do homem. Sendo assim, como o homem está perdido, a salvação do homem se tornou o centro do propósito eterno de Deus. Aqui estava o erro e aqui devia ser feita a correção. É claro que Deus quer salvar a todos os homens. Isto vemos claramente nos textos de I Timóteo 2:3-4; II Pedro 3:9 e João 3:16. Mas nós não devemos confundir aquilo que Deus deseja com o que é o seu propósito. O propósito de Deus não surgiu com a queda do homem, é algo que já estava em seu coração desde antes da fundação do mundo.
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, eue Ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; Efésios 1:4-11
Então podemos argumentar da seguinte forma: se antes da fundação do mundo Deus tinha o propósito de salvar o homem, e fez o homem para cumprir este propósito, então Deus é cúmplice do pecado. Deus necessitava que o homem pecasse para poder cumprir o seu propósito. Quando Deus disse: “Não coma deste fruto”, na verdade, Ele queria que o homem comesse e pecasse, e ficasse perdido e em trevas, para, então, poder cumprir com seu propósito de salvar os homens.
Tudo isso é uma grande contradição. É claro que Deus quer salvar os homens, mas isto foi necessário por causa da queda. Entretanto, necessitamos conhecer a primeira intenção de Deus, o propósito que Ele tinha em seu coração quando fez o homem, pois seu propósito é imutável.
Deus não mudou de propósito por causa da queda!
Qual a intenção de Deus ao criar o homem?
Também disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Gênesis 1:26.
O Propósito Original
A intenção de Deus ao criar o homem era de ter uma grande família de muitos filhos à sua própria imagem, e encher a terra com uma família que expressasse a sua glória e autoridade (Gênesis 1:27-28).
Como Adão tinha sido criado à imagem de Deus, e cada ser se reproduzia segundo a sua própria espécie, quando Adão e Eva se multiplicassem, reproduziriam filhos a imagem de Deus.
Como o pecado interferiu?
Todos nós conhecemos a triste história. O pecado de Adão foi uma intromissão violenta e diabólica no propósito de Deus. Por meio dele o homem se tornou culpado, alvo da ira de Deus, merecedor de castigo eterno, expulso da presença de Deus e sem comunhão com Ele.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23
A Queda do Homem
Mas houve uma conseqüência ainda maior. O problema não foi apenas que o homem se tornou culpado diante de Deus, mas também a sua própria natureza se “estragou”, se corrompeu. O homem perdeu a imagem de Deus, tornou-se numa outra criatura. Não era mais o mesmo homem, era um homem morto para Deus; inútil para cumprir seu propósito.
Já sabemos que cada ser se reproduz segundo a sua própria espécie. Portanto, quando Adão se corrompeu, toda a sua descendência ficou arruinada (Gênesis 5:3 e Romanos 5:12).
Deus desistiu do Seu Propósito?
Embora o homem pecasse, Deus não mudou o Seu propósito inicial. Deus não tem diversos planos, nem muitos propósitos; não criou um novo alvo, nem abriu mão do que queria desde o princípio. Deus necessita agora criar uma nova raça, porque todos os descendentes do primeiro homem ficaram inúteis para o seu propósito. Como fez isso?
O primeiro homem, Adão, foi feito ser vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual e, sim, o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e como é o homem celestial, tais também os celestiais. I Coríntios 15:45-48
Pelo nascimento natural (de carne e sangue), pertencemos a raça de Adão, estragada e inútil. Mas pelo novo nascimento nos tornamos participantes da raça celestial. Adão perdeu a imagem de Deus porque foi rebelde (Gênesis 3:1-7). Jesus, que é a imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15), sempre fez a vontade do Pai (João 4:34), e em tudo Lhe agradou (João 8:29), foi obediente até a morte (Filipenses 2:8).
Todo o homem que crê naquele que o Pai enviou (João 6:29), nega-se a si mesmo e toma a sua cruz (Mateus 16:24), perde a sua vida (Mateus 16:25), recebe o senhorio de Jesus Cristo (Romanos 10:9) e se batiza em Jesus Cristo (Marcos 16:16), este se torna uma nova criatura (II Coríntios 5:17), recebe a natureza de Deus (II Pedro 1:4) e recebe a imagem daquele que o criou (Colossenses 3:10). Toda a glória do plano de Deus havia se perdido no pecado. Mas Deus Pai não desistiu. Qual a sua esperança?
Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória. Colossenses 1:27
A salvação é um meio e não um fim
A obra redentora de Cristo Jesus é algo tão tremendo, tão maravilhoso, que corremos o risco de vê-la como se fosse o todo. Esta salvação é tão grandiosa que temos a tendência de confundi-la com o próprio propósito de Deus. Mas não é assim. Jesus Cristo, o admirável Filho de Deus, com sua obra redentora, deu uma nova vida ao homem, restaurando-lhe a comunhão com o Pai. E também deu a Deus os recursos de infinita graça, para que ele continue com o seu plano eterno. A redenção efetuada por Jesus Cristo e encarnada pela igreja, é o meio para Deus restaurar todas as coisas, e assim concluir seu propósito.
A redenção nunca poderia ser um fim em si mesma, mas apenas um meio de graça para consertar um grande erro. Para Paulo, a redenção nunca foi o propósito de Deus. Ele entendia que o propósito de Deus era a família eterna (Efésios 1:4-5 e Romanos 8:28-29). Uma família perfeita em Cristo (Filipenses 3:12-14). Sua obra para o Senhor não consistia em buscar apenas a redenção do homem, mas em apresentar este homem a Deus, restaurado à imagem de Jesus Cristo (Colossenses 1:28).
Como se define o Propósito Eterno de Deus hoje?
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:28-29
Este texto nos mostra com clareza que Deus quer uma família, de muitos filhos semelhantes a Jesus. Vejamos por etapas:
Uma família: Isto nos fala da unidade. Este é um requisito indispensável para o cumprimento do propósito de Deus. Embora isto não esteja enfatizado no texto acima (nem seria necessário), porque filhos a imagem de Jesus não podem ser brigões e facciosos, está claro em outras passagens como: João 17:20-22; I Coríntios 1:10-12; 3:1-4; 10:16-17; Efésios 2:14-16; 3:15; 4:1-6, 12-16; Filipenses 1:27; 2:1-4.
De muitos filhos: Isto nos fala de multiplicação. Discípulos fazem discípulos, etc. (Mateus 28:18-20).
Semelhantes a Jesus: Isto nos fala da edificação. Não é suficiente que sejam muitos; é necessário que tenham qualidade de vida (Efésios 1:4-5; II Coríntios 3:18; Efésios 4:13). Portanto, entendemos que o propósito de Deus envolve a multiplicação de vidas que vão ser edificadas em unidade, para crescerem até a estatura de Cristo Jesus.
Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Efésios 4:13
Qual a nossa posição dentro deste Propósito?
Aquilo que é um propósito no coração de Deus, para nós se constitui num chamado, numa vocação (II Timóteo 1:8-9 e Romanos 8:28-29). Devemos ter os olhos iluminados para compreender nosso chamamento, a fim de que o propósito eterno, seja para nós, muito mais do que um estudo de apostila (Efésios 1:18).
De uma maneira simples definimos a nossa vocação como um chamado para sermos participantes do propósito de Deus e cooperadores no seu cumprimento. Aquele que recebe o Propósito de Deus em seu coração, compreende o seu chamamento e torna-se prisioneiro desta vocação (Filipenses 3:12-14).
Devemos andar de modo digno desta vocação (Efésios 4:1-3) e esforçar-nos para confirmá-la (II Pedro 1:10).
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