Tema: A Visão do Templo e o Milênio
Texto: Ezequiel 43.1-9
1 - Então, me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente.
2 - E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz
de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
3 - E o aspecto da visão que vi era como o da visão que eu tinha visto quando vim destruir a
cidade; e eram as visões como a que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto.
4 - E a glória do SENHOR entrou no templo pelo caminho da porta cuja face está para o lado do
oriente.
5 - E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR encheu o
templo.
6 - E ouvi uma voz que me foi dirigida de dentro do templo; e um homem se pôs junto de mim
7 - e me disse: Filho do homem, este é o lugar do meu trono e o lugar das plantas dos meus pés,
onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão
mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com os cadáveres
dos seus reis, nos seus altos,
8 - pondo o seu umbral ao pé do meu umbral e a sua ombreira junto à minha ombreira, e havendo
uma parede entre mim e entre eles; e contaminaram o meu santo nome com as suas abominações
que faziam; por isso, eu os consumi na minha ira.
9 - Agora, lancem eles para longe de mim a sua prostituição e os cadáveres dos seus reis, e
habitarei no meio deles para sempre.
INTRODUÇÃO
No Expondo as Escrituras de hoje iremos tratar do tema A Visão do Templo e o Milênio. A
intenção desse texto não é tratar dos detalhes do templo e nem de aspectos do milênio e
sim da volta da glória de Deus.
Nos capítulos de 9 a 11 de Ezequiel temos o relato de Deus retirando a sua glória do templo
e por isso tanto o templo como a cidade foram destruídos.
Agora, Ezequiel vê a volta da glória, para ocupar e consagrar este novo edifício para ser Seu
santuário. Sua aparência era a mesma de antes, junto ao rio Quebar e induziu a mesma
resposta de reverente temor e adoração.
A aparência da glória divina é um fenômeno impressionante no Antigo Testamento. Ela pode
ser definida como a manifestação visível da santidade de Deus. O três vezes santo Senhor
das hostes angelicais enche toda a terra com sua glória (Is 6.3).
As vezes, essa manifestação da sua santidade se revela por meio do seu poder manifestado
na natureza e na história, como em Isaías 2.10. Em outros momentos, ela é quase uma
aparência física da Presença Divina.
Então, vamos aprender lições importantes sobre o retorno da glória de Deus.
I – O SOM DA NUVEM DE GLÓRIA (43.1-5)
1 - Então, me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente.
A glória de do Senhor entrou pelo mesmo portão do qual tinha saído, o Portão Oriental (leste),
onde o sol se levanta e dá vida ao mundo inteiro. No capítulo 37 de Ezequiel podemos ver uma
profecia de esperança sobre a restauração nacional e espiritual do povo de Israel. Eles se achavam
arruinados e sem saída. Mas, Deus promete que um dia aconteceria a restauração e em parte ela
já aconteceu. O anúncio da volta da Glória de Deus fortalece mais ainda sua esperança.
Aprendemos que Deus pode reverter situações que aos nossos olhos sejam impossíveis. Quando
o Espírito de Deus toma parte em uma situação, todas as impossibilidades são anuladas.
2 - E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz
de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
Em Ezequiel 11.23, a glória de Deus havia deixado o templo e seguido para o leste sobre o monte
das Oliveiras, à medida que a presença do Senhor saía da cidade. Neste versículo, a presença
divina retorna para Jerusalém a partir do leste.
A chegada da presença divina é anunciada universalmente, e o grito de triunfo é como o som de
muitas águas, ouvido por todos os homens da terra. Em Ezequiel 1.24, esse som aparece como o
ruído das asas dos seres viventes, e mais adiante em Apocalipse 1.15 para descrever a voz de
Jesus, também em Apocalipse 14.2; 19.6. Todo o globo terrestre brilha com a Sua glória que vem
depois de uma noite escura de sofrimentos, quando o povo desiste de praticar sua idolatria-
adultério-apostasia. A luz de um novo dia brilha sobre o povo renovado.
3 - E o aspecto da visão que vi era como o da visão que eu tinha visto quando vim destruir a
cidade; e eram as visões como a que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto.
O aspecto da visão remete aos capítulos 1 e 8–11, ao mencionar que era como as visões que tive
junto ao rio Quebar. Mais uma vez o profeta se humilha atemorizado diante do Poder da Glória e
da Santidade de Deus.
4 - E a glória do SENHOR entrou no templo pelo caminho da porta cuja face está para o lado do
oriente.
A glória havia saído por causa dos pecados, porém, agora o dia de iniquidades terminou. Com o
Novo Dia, o Reino do Messias (nos seus passos iniciais) se iniciou. Isso aponta para o milênio. Ele
é um Reino com duração de mil anos a ser instaurado, na terra, pelo Senhor Jesus logo após o
término da Grande Tribulação (Ap 20.4-6). Trata-se de um reino literal, cujo principal objetivo é
a exaltação de Jesus como o Messias de Israel e o soberano de todas as nações.
5 - E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR encheu o
templo.
Nessa nova realidade, a glória de Deus extrapola o templo e resplandece em toda a terra (v. 2).
O profeta Isaías descreve a adoração dos serafins: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;
toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.6).
II - O DISCURSO DA NUVEM DA GLÓRIA DE DEUS (43.6-9)
O âmago daquilo que o Senhor diz está em 7a e 12. Estas palavras declaram que o novo templo
é consagrado ao tomar-se mais uma vez Sua habitação, e que, portanto, o princípio que governa
a disposição e a ordem do templo deve ser o princípio da santidade.
6 - E ouvi uma voz que me foi dirigida de dentro do templo; e um homem se pôs junto de mim
Como em 1.28, Ezequiel ouve uma voz. O Profeta não só vê a glória de Deus como ouve a voz
divina ecoando de dentro do templo para falar com ele. Essa voz indica o poder e a majestade de
Deus.
7 - e me disse: Filho do homem, este é o lugar do meu trono e o lugar das plantas dos meus pés,
onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão
mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com os cadáveres
dos seus reis, nos seus altos,
Na primeira parte desse versículo a presença divina estava no templo, pois é a voz do Senhor que
fala ao profeta Ezequiel. Nos capítulos de 8 a 11, vimos que o tabernáculo e o templo eram
símbolo da presença de Deus, lugar da manifestação da glória de Javé. Não pode haver harmonia
entre pecado e santidade, por isso a glória de Deus foi retirada do templo devido às abominações,
que são uma ofensa à santidade divina.
O plano eterno de Deus é habitar para sempre com o seu povo, em comunhão de amor e zelo. A
bênção e a alegria que Ele reservou para seus filhos ultrapassam os limites da nossa compreensão
(cf. 1 Co 2.9; Ap 21;22).
Já na segunda parte prediz o cancelamento das práticas idólatras e imorais da casa de Israel, que
haviam ocorrido ao redor do templo (2 Rs 23.1-20).
Nessa nova realidade, não há lugar para o pecado. A Casa de Israel e os reis não mais
contaminarão o nome santo de Javé com suas transgressões. Esse trecho se assemelha à
linguagem do capítulo 8. A primeira abominação mencionada é prostituição. Talvez esteja
relacionada ao ritual de Tamuz que o Profeta viu sendo realizado nos recintos do templo e que
também representava práticas antigas que ocorriam no templo (2Rs 23.7).
A segunda abominação está relacionada com o cadáver dos seus reis, nos seus lugares altos.
Tendo o capítulo 8 como paralelo, não há referência direta ao cadáver dos reis. No entanto,
considerando que nos lugares altos as pessoas ofereciam sacrifícios e ofertas às divindades,
talvez seja uma alusão à idolatria. O capítulo 8 descreve a imagem do ciúme na entrada do portão
do templo, com as figuras gravadas na parede, na sala de imagens e a adoração ao sol.
Entre os comentaristas, não se sabe exatamente a que essa prática se refere, embora seja claro
que desagrada a Javé. Provavelmente se refere aos túmulos dos reis nos recintos do templo, em
razão da proximidade dos prédios (ver v. 8). Segundo informações arqueológicas, 14 reis de Judá
foram enterrados nos sepulcros reais de Jerusalém, na região da Cidade de Davi, onde estavam o
templo e o palácio. Parece que a falta estava na ausência de qualquer linha clara de demarcação
entre o que era sagrado (o templo propriamente dito) e o que era profano (o palácio e quaisquer
túmulos a ele associados).
As abominações praticadas no templo estavam relacionadas aos rituais pagãos de outros povos,
que talvez fossem liderados por estrangeiros. De qualquer forma, trata-se de uma atividade
condenada por Javé. Esse trecho, portanto, demonstra que, nessa nova ordem, a Casa de Israel
não mais contaminaria o nome santo de Javé, ou seja, nem se envolveria com a idolatria.
8 - pondo o seu umbral ao pé do meu umbral e a sua ombreira junto à minha ombreira, e havendo
uma parede entre mim e entre eles; e contaminaram o meu santo nome com as suas abominações
que faziam; por isso, eu os consumi na minha ira.
A terceira abominação se refere ao limiar e aos batentes construídos entre o palácio e o templo,
e está relacionada ao problema dos cadáveres dos reis. O palácio foi construído nas redondezas
do templo (1Rs 7.8; 2Rs 11.19). Essa proximidade não era aprovada. Isso se torna mais claro
quando acrescentamos a palavra “apenas”, de acordo com a NVI: “[há] apenas uma parede fazendo
separação entre mim e eles”. Mesmo na nossa dispensação, deveríamos manter uma verdadeira
reverência para com Deus, que é elevado e santo; também não deveríamos secularizar ou profanar
“lugares santos”, usando-os para atividades seculares. Champlin diz que talvez a referência
também seja aos monumentos (construções idólatras) que os reis misturaram com os edifícios
sagrados, e que corresponderia à palavra "abominações” aqui. Seja como for tais abominações
provocadas pela Casa de Israel fizeram que Javé os consumisse na sua ira, relembrando o juízo
divino que tinha vindo sobre o povo.
9 - Agora, lancem eles para longe de mim a sua prostituição e os cadáveres dos seus reis, e
habitarei no meio deles para sempre.
Aqui Deus faz uma promessa condicional dando esperança ao seu povo. A limpeza das poluições
devia incluir dois princípios essenciais: 1. A idolatria seria eliminada. 2. Os monumentos de ídolos
(ou sepulcros dos reis) seriam afastados da área sagrada. Se o povo fizesse estas coisas (que
representavam uma purificação geral), então o Senhor habitaria entre o seu povo.
O Deus Santo não poderia manifestar sua glória onde houvesse pecado. É baseado nesse princípio
de que todo cristão precisa viver em santificação para ter um relacionamento com Deus.
CONCLUSÃO
No Expondo as Escrituras de hoje aprendemos sobre A Visão do Templo e o Milênio.
Aprendemos que Deus pode reverter situações que aos nossos olhos sejam impossíveis. A glória
que se foi, voltou. Quando o Espírito de Deus toma parte em uma situação, todas as
impossibilidades são anuladas.
Precisamos viver um vida de obediência para desfrutarmos da presença de Deus aqui e assim
estaremos com ele para sempre na eternidade.
REFERÊNCIAS
A Justiça Divina - Esequias Soares - CPAD
Ezequiel - Serie Cultura Bíblica - John B. Taylor
Ezequiel – Beacon – CPAD
Ezequiel - Comentário de Champlin A.T. Vol.5
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