🟡 𝐀 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐄 𝐃𝐀𝐕𝐈 (𝟐 𝐒𝐌 𝟏𝟐:𝟏𝟎-𝟏𝟐) 𝐅𝐎𝐈 𝐃𝐄𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐎𝐔 𝐒Ó 𝐃𝐄𝐒𝐂𝐑𝐈𝐓𝐈𝐕𝐀❓
𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑨𝒎𝒂𝒅𝒂 𝑬𝑩𝑫 𝒏𝒐 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎
Por determinante, entenda-se que de fato Deus determinou que o mal viesse sobre a casa de Davi. Ou seja, os dramas da casa de Davi nunca aconteceriam se Davi não tivesse cometido o adultério e o assassinato. Mas como ele pecou, Deus determinou que esses dramas familiares ocorressem. Por descritiva entenda-se que a profecia só antecipa (ou descreve) algo que de fato já iria ocorrer no futuro. Ou seja, independente de Davi cometer o adultério e o assassinato, as tragédias familiares sobre sua casa já iriam ocorrer. Assim, a profecia, apesar de seu tom punitivo, só anunciou algo que já iria ocorrer.
Temos um problema sério quando observamos a primeira opinião, que a profecia foi determinante. E o problema não é com Davi, mas com seus filhos. Se entendemos que Deus de fato determinou que estes males sobreviessem sobre a família de Davi, temos que assumir também que os filhos de Davi (Amon e Absalão especificamente) foram predestinados a cometer esses erros (Assim como a pobre Tamar foi predestinada a ser estuprada). Isso é o mais puro fatalismo.
Porém, essa visão fatalista não condiz com a nossa teologia Assembleiana. Essa percepção fatalista é mais condizente com outros grupos protestantes. Então, seria mais plausível assumir um entendimento predominantemente descritivo da profecia❓ Ou seja, essa profecia só antecipou ou descreveu o futuro❓ Também temos um problema com essa ideia descritiva, pois o texto Bíblico sugere o caráter punitivo dela, ou seja; Deus não estaria só antecipando ou descrevendo algo futuro, mas também emitindo uma punição sobre Davi.
Para emitir uma opinião que seja condizente com o texto Bíblico (Deus estava punindo Davi de fato) e ao mesmo tempo que possa fugir do fatalismo, Devemos destacar uma das grandes facetas da onisciência de Deus: que é o conhecimento pleno das probabilidades e combinações dos eventos que compõe um evento maior. Ou seja, Deus conhece não só o futuro que de fato acontecerá, mais também todos os possíveis futuros que podem ocorrer se um evento no presente for modificado. Deus conhece o futuro certo e todas os futuros possíveis.
Por exemplo, se eu tomar “uma escolha A”, meu futuro será um. Porém, se eu tomar “uma escolha B”, meu futuro será outro. Deus, em sua onisciência, conhece tanto um futuro como o outro. E há outros dois fatores que não podemos esquecer: a soberania de Deus e sua divina providência. Por exemplo, Em alguns casos, Deus, em sua soberania, quer que um evento ocorra no futuro; então, de forma providencial, Ele age para que as coisas sejam conduzidas a esse ponto no futuro, ou mesmo simplesmente permite que os homens ajam da maneira deles (Rm 1:24) chegando ao ponto da história que o próprio Deus quer. De toda a forma, a vontade de Deus será sempre cumprida no final (Is 43:13).
No caso de Davi, Deus conhecia todos os futuros possíveis para Davi baseados nas escolhas do próprio Davi. Da mesma forma que conhecia todas os futuros dos filhos de Davi baseados nas escolhas dos próprios filhos de Davi. Deus poderia advertir Davi sobre uma escolha errada que o levaria a um futuro ruim, ao passo que Deus também poderia de forma providencial agir dando livramento a Davi para que algo de bom acontecesse e não o mau. O mesmo pode ser aplicado aos filhos de Davi, que tomavam suas escolhas baseados em seus próprios caráteres (que podiam ser bom ou mau, conduzindo-os a escolhas boas ou más).
É aqui que entra a questão da punição sobre Davi e a responsabilidade pessoal de seus filhos. Quando a profecia é pronunciada por Natã (2 Sm 12:10,12), Deus estava “retirando sua proteção em alguns aspectos da vida de Davi”; como, por exemplo, deixar de alertar Davi sobre sua displicência na criação de seus filhos e sua omissão como pai.
Ou seja, Deus deixa Davi ser conduzido pela sua própria propensão de ser um pai ausente (não o advertindo e não dando livramentos nessa área da vida).
No futuro, com os filhos de Davi já grandes, Deus também não adverte eles e os deixa entregues as escolhas de seus próprios caráteres corrompidos e naturalmente (especialmente Amnom e Absalão) propensos ao erro, não intervindo Deus na situação dando livramento a família. Assim, os filhos de Davi agem conforme seus maus caráteres, movidos pela carnalidade e vingança, ao mesmo tempo que o Senhor não dar o livramento a Tamar.
Ou seja, Deus poderia de forma providencial (através de advertências e livramentos) conduzir a família de Davi a um bom futuro. Mas permite que a omissão de Davi como pai, assim como o mau caráter de Amnom, a propensão a vingança de Absalão, ao passo que não dá livramento a Tamar, conduzam toda a família a tragédia. Eis aí o caráter punitivo da profecia. Deus permite que a tragédia ocorra (como forma de punição, embora soberanamente ele pudesse evitar) ao mesmo tempo que os personagens envolvidos são responsáveis moralmente por suas próprias escolhas (Lm 3:39; Rm 14:12); com exceção de Tamar que é a única vítima do caso e vítima não de Deus, mas do mau caráter de Amnom e da omissão de Davi.
❤🔥 𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑨𝒎𝒂𝒅𝒂 𝑬𝑩𝑫 𝒏𝒐 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎
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