2º Trim. de 2023: RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus

2º Trim. de 2023: RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando desafios e 
problemas com exemplos da Palavra de Deus

RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando desafios e problemas com 
exemplos da Palavra de Deus
Comentários da revista da CPAD: Elienai Cabral
Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco

LIÇÃO Nº 6 – PAIS ZELOSOS E FILHOS REBELDES

Os pais educam mas não salvam os filhos

INTRODUÇÃO

- Na sequência do estudo dos relacionamentos familiares, abordarem a questão dos pais e filhos diante de 
Deus.
- Os pais educam mas não salvam os filhos.

I – OS PAIS DEVEM EDUCAR OS FILHOS

- Na sequência do estudo dos relacionamentos familiares, abordaremos a questão dos pais e filhos diante de 
Deus.
- Logo de início, precisamos bem delimitar esta lição, porque teremos, na sequência do trimestre, uma outra 
lição em que abordarem a importância da autoridade paterna na vida dos filhos.
- Assim é naquela lição que iremos abordar o relacionamento entre pais e filhos segundo o modelo bíblico, ou 
seja, o papel dos pais como nossa primeira autoridade terrena, o que se espera de um pai e de um filho segundo 
as Escrituras Sagradas.
- Nesta lição, estaremos a abordar tão somente a questão do relacionamento pai e filho diante de Deus, ou seja, 
o papel dos pais como primeiros e principais instrutores da doutrina do Senhor para os seus filhos e o fato de 
a salvação ser individual.
- A família, temos dito, é uma instituição criada por Deus e que tem por objeto promover a comunhão entre 
os homens como também entre homem e Deus. Feita para impedir a solidão humana (Gn.2:18), a família 
também serve de ambiente primeiro para que se tenha o aprendizado para esta vida comunitária, tanto que é 
na família que se deve ter o ensino da socialização, ou seja, é em família que se aprende a conviver com o 
outro, como também é em família que se deve aprender a ter um relacionamento com Deus, a adorá-lo e  servi-lo
- Esta dupla realidade já encontramos na primeira família humana, a família de Adão e Eva. Os cônjuges 
tinham um relacionamento compartilhado, uma vida em comum, tanto que um não se envergonhava do outro, 
não tinham qualquer segredo para si, mas tudo compartilhavam (Gn.2:25) e, na viração do dia, tinham um 
momento de intimidade com o Senhor (Gn.3:8).
- O pecado trouxe, como consequência, a degeneração destes dois aspectos da família, pois trouxe a imediata 
separação entre o primeiro casal e Deus, tanto que o casal, ao notar a chegada do Senhor, d’Ele se escondeu
(Gn.3:10), como também o compartilhamento em todas as coisas se tornou acusação e tentativa de imputação 
de culpa ao outro (Gn.3:12).
- Entretanto, apesar do pecado, o Senhor providenciou para que a família não desaparecesse, seja fazendo com 
que o casal junto passasse a viver penosamente sobre a face da Terra, na esperança da salvação (Gn.3:20-23; 
4:1), como também os ensinou como deveriam buscar a Sua presença dali para a frente, ensino este que 
passaram para seus filhos, que foram ensinados a oferecer sacrifícios ao Senhor (Gn.4:3,4).
- A família continuou a ser, assim, o primeiro ambiente em que se teria a comunhão entre os homens e a 
comunhão entre o homem e Deus.
- Embora tivesse desobedecido a Deus, introduzindo o pecado no mundo (Rm.5:12; I Co.15:21), o primeiro 
casal creu na promessa da salvação que lhe foi dada, tanto que Eva muito se alegrou ao ter tido Caim como 
filho, pensando que já estaria diante do Salvador (Gn.4:1), tendo, como já se disse, ambos ensinado os filhos 
a adorar a Deus.
- Podemos, então, dizer que, apesar de terem pecado, Adão e Eva se converteram, visto que creram na 
promessa do Salvador e ensinaram seus filhos a adorar a Deus.
- Temos, assim, o primeiro caso de “pais zelosos”, como diz o título de nossa lição, ou seja, pais que se 
dedicavam a servir a Deus, que procuravam agradar ao Senhor.
- Neste aspecto, vemos que Adão e Eva se comportaram como Deus havia determinado. A primeira ordem 
divina dada à humana foi a frutificação (Gn.1:28). Aqui, ao contrário do que muitos pensam, não se está a 
falar, ainda, de reprodução, mas de gerar fruto de justiça (Cf. Fp.1:11), de gerar o chamado “fruto do Espírito” 
(Gl.5:22), que nada mais é que o resultado de uma vida de comunhão e obediência a Deus.
- O primeiro casal, mesmo tendo pecado, creu na promessa da salvação e obedeceu a Deus, passando a lavrar 
a Terra, depois de terem sido expulsos do Éden. Submeteram ao juízo divino e procuraram retornar à 
obediência, demonstrando, assim, que eram “zelosos”, ou seja, tinham em mente dedicar-se a Deus, voltar a 
obedecer-Lhe.
- Por isso mesmo, ensinaram seus filhos a adorar a Deus, a servi-l’O e cultuá-l’O, por meio da oferta de 
sacrifícios, pois assim foram ensinados pelo próprio Senhor que, para vesti-los, matou um animal para lhes 
fazer túnicas (Gn.3:21).
- Além de frutificarem, Adão e Eva também se multiplicaram, que foi a segunda ordem dada por Deus ao ser 
humano (Gn.1:28). Aqui, sim, temos a questão da reprodução. Adão e Eva passaram a ter filhos e filhas 
(Gn.5:4), obedecendo ao mandado divino.
- Os pais devem ter consciência de que uma de suas funções é a de perpetuar a espécie humana, tendo filhos, 
não os evitando, pois. Vivemos dias em que o inimigo tem posto na mente de grande parte da humanidade a 
ideia de não ter filhos, o que é evidente contrariedade à ordem divina. Pais que evitam deliberadamente filhos 
estão em pecado, porque estão a desobedecer ao Senhor.
- O projeto divino é que a humanidade encha a Terra e isto jamais aconteceu no planeta e está longe de 
acontecer, apesar das falsas notícias que estão a dizer que a presença humana está a comprometer a vida na 
Terra, notícias estas que são as premissas do movimento ambientalista que hoje tem encontrado guarida na 
formulação das políticas públicas dos governos dos países e que é um dos carros-chefes do governo mundial 
cuja instalação já se faz nitidamente sentir.
- Se se fosse dar a cada ser humano um pedaço de terra, cada um teria 0,02 km² para chamar de seu, ou seja, 
há, ainda, muito espaço para ser ocupado, a “terra não está cheia”, de forma que é mentira dizer que 
- O ser humano não nasce sabendo. Embora seja o único ser racional sobre a face da Terra e dotado de 
inteligência e criatividade, ele tem de aprender, ser conduzido e dirigido para que estas potencialidades se 
tornem em realidades. Mesmo Adão, que já nasceu adulto, teve de ser dirigido e conscientizado por Deus de 
que poderia dar nome aos animais (Gn.2:20,21) e tinha de ser ensinado toda viração do dia pelo próprio Deus 
(Gn.3:8). Eis porque, aliás, temos de ser discípulos de Jesus, ou seja, Seus alunos, aprendendo d’Ele (Mt.11:29; 
Lc.14:26,27,33).
- Assim, é preciso que seja ensinado e este ensino primeiro, básico, para que possa conviver com os demais 
seres humanos e com o próprio Deus, deve ser ministrado pelos pais, é seu dever primeiro.
- Quando isto não ocorre, temos a formação deficiente dos filhos, notadamente do seu caráter, que é, segundo se sabe, formado nos primeiros três anos de vida. O filho, não tendo ensinado na doutrina e admoestação do 
Senhor, chega à consciência sem noção alguma dos princípios divinamente instituídos ao homem e, como irá 
inevitavelmente pecar, porque é dotado de natureza pecaminosa, não tem nenhuma referência, nenhum aprendizado no caminho do Senhor, agindo, assim, desenfreadamente no conselho dos ímpios, no caminho 
dos pecadores e na roda dos escarnecedores (Cf. Sl.1:1).
- Foi, precisamente, o que ocorreu em Israel no tempo dos juízes. Geração após geração, os pais falhavam no 
ensino da lei para os seus filhos e, como consequência disto, cada geração era facilmente envolvida na maneira 
pecaminosa de viver dos povos vizinhos, adotando a idolatria e toda a sorte de práticas contrárias à vontade 
de Deus, que levava à derrocada do país e à opressão por estrangeiros, pois o Senhor permitia tal situação para 
forçar o povo a buscá-l’O (Cf. Jz.2:10-19).
- Nos dias de Esdras, não estava sendo diferente. Os pais não só não estavam mais a ensinar seus filhos na lei 
do Senhor, como começaram a casar com mulheres estrangeiras e a ter filhos com elas (Ed.9,10). Não fosse a 
intervenção divina, mandando Esdras pôr ordem nesta situação, com a despedida destas mulheres e de seus 
filhos e o retorno do ensino da lei, certamente que, hoje em dia, não mais existiria o povo de Israel.
- Notemos, aliás, que, pouco tempo depois, os israelitas voltaram a cometer este mesmo erro, e até o 
aprofundaram, pois é dito que os filhos mestiços nem sequer falavam o idioma judaico (Ne.13:23-28), tendo 
Neemias que tomar providências para evitar que este mal retornasse e se alastrasse entre o povo.
- Tem-se, aqui, portanto, um fator que leva que pais zelosos, fiéis a Deus tenham filhos rebeldes, 
desobedientes: a falta de educação. Nos dias hodiernos, tem sido este um fator preponderante para que os 
filhos sejam rebeldes e incrédulos.
- Quando os pais não ensinam seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor, não há como termos uma 
formação a contento. Como diz o texto sagrado, o ensino deve se dar a tempo e fora de tempo, a todo o tempo, 
mas, como os pais pouco convivem com seus filhos, isto faz com que eles sejam ensinados e moldados pelo 
maligno, que domina o mundo.
- Quando se deixam os cuidados dos filhos com terceiros (babás, creches, vizinhos, parentes), não há esta 
convivência com os pais e as crianças passam a ter a influência de pessoas estranhas, que não têm a mesma 
formação, sem se falar que há todo um sistema organizado de valores anticristãos tanto no sistema educacional 
quanto na mídia.
- Dentro de uma situação como esta, pouco adianta que os pais levem seus filhos para a Escola Bíblica 
Dominical, por exemplo. Evidentemente que não se deve deixar de levar os filhos para a igreja, para a Escola 
Dominical, mas esta atividade se tornou a única formadora dos princípios bíblicos para as crianças. Entretanto, 
como querer que tenhamos filhos fiéis a Deus, que sirvam ao Senhor, se, como dizia o saudoso irmão João 
Barateiro, ele próprio professor de EBD, nossas crianças são ensinadas 2 horas por semana nas Escrituras e 
passam as demais 166 horas sendo doutrinadas pelo diabo?
- O resultado desta negligência temos visto na Europa e Estados Unidos, onde as igrejas estão fechando
precisamente porque sua membresia, envelhecida, está terminando por causa da morte, enquanto que as novas
gerações nem sequer frequentando igrejas estão, completamente alheias ao reino de Deus e a sua justiça,
realidade que já começamos a sentir em nosso Brasil, onde é sensível a diminuição de jovens e adolescentes
em nossas igrejas locais.
- Outro fator que tem muito contribuído para que os filhos sejam rebeldes, embora os pais sejam zelosos, é o
jugo desigual. Como já dissemos supra, os casamentos mistos em Israel comprometeram a própria identidade
nacional e, não fosse a ação de Esdras e Neemias, sob a direção divina, Israel teria desaparecido enquanto
povo de Deus.
- Lamentavelmente, os casamentos mistos têm crescido grandemente entre os que cristãos se dizem ser, e o
resultado disto é que os filhos irão “falar meio asdodita e não poderão falar judaico, senão segundo a língua
de cada povo” (Cf. Ne.13:24), ou seja, os filhos de casamento entre crentes e incrédulos sempre tenderão à
incredulidade, não terão capacidade para servir a Deus.
- Temos, ainda, um importante fator para que se tenham pais zelosos e filhos rebeldes: o testemunho dos pais.
Quando as Escrituras falam em ensino da Palavra, são firmes em dizer que os pais devem, primeiro, eles
próprios cumprirem as Escrituras para só, então, ensiná-las aos filhos.
- O mau exemplo dos pais, seus fracassos espirituais geram escândalo para os filhos e retiram a credibilidade
do ensinamento dado, podendo gerar incredulidade nos filhos, de modo que, por vezes, os pais, embora tenham
se reconciliado com o Senhor ou até se convertido verdadeiramente, pela sua vida desmantelada passada,
fazem com que os filhos tenham dificuldade em crer e em servir a Deus, abalados que foram pelo mau
testemunho de seus pais.
- Amom, rei de Judá, repetiu todos os pecados de seu pai Manassés (II Cr.33:21-23), que foi o pior e mais
pecador rei que Judá teve, apesar de Manassés ter se arrependido e se convertido (II Cr.33:9-16).

II – OS PAIS NÃO SALVAM OS FILHOS

- Os pais devem criar seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor. É seu dever ensinar, a tempo e fora de
tempo, desde a vida intrauterina, os seus filhos no caminho do Senhor.
- Este ensino é fundamental para a formação do caráter, como já temos visto, de modo que, não se tendo esta
criação desde a mais tenra idade, haverá problemas seríssimos na formação do caráter e da personalidade dos
filhos, que estarão completamente entregues e sem qualquer freio ao maligno, assim que adquirirem a
consciência, pois, já sendo portadores da natureza pecaminosa, não terão tido qualquer instrução da parte dos
pais sobre os assuntos espirituais, sobre o relacionamento com Deus.
- A importância do ensino na mais tenra idade é tanta que o Senhor cuidou para que Moisés, que seria uma
personagem singular na história sagrada, fosse criado pela sua mãe Joquebede precisamente neste período de
sua vida, a fim de que fosse devidamente instruído nas promessas de Deus, a ponto de, mesmo depois de ter
sido instruído em toda a ciência dos egípcios (At.7:22), ter podido abandonar todos os “tesouros do Egito”
(Hb.11:24-26) e aceitado pertencer ao povo de Deus.
- Por isso, Salomão afirma que, quando o menino é instruído, isto o acompanha por toda a vida e, mesmo na
velhice, não se desvia do caminho do Senhor.
- É neste ponto, então, que advém uma questão que atormenta a muitos pais que, embora tenham sido zelosos
na educação cristã de seus filhos, veem-nos hoje fora dos caminhos do Senhor e se inquietam por causa disso.
- Os pais têm o dever de criar os filhos na doutrina e admoestação do Senhor, de serem exemplos e referências 
para os filhos quanto à vida espiritual, mas não se pode esquecer que a salvação é individual, que os filhos são 
responsáveis diante de Deus e que, portanto, pode ocorrer de o filho, mesmo tendo sido devida e corretamente 
ensinado na Palavra de Deus, não creia em Jesus e escolha viver uma vida de pecado.
- O profeta Ezequiel é bem claro ao nos trazer mensagem vinda da parte de Deus de que pode haver filhos 
justos e pais ímpios, como vice-versa (Ez.18). A salvação é individual, cada um tem de crer em Deus para 
alcançar a salvação e ninguém salva o outro.
- Em sendo assim, por maior influência que um pai possa ter sobre seu filho, não é a criação na doutrina e 
admoestação do Senhor que garantirá a salvação de alguém. Somos salvos pela fé em Cristo Jesus, temos de 
nos arrepender dos nossos pecados e crer que Jesus é o Senhor e Salvador de nossas vidas e isto é um ato de 
cada um, indelegável, intransferível.
- Assim, pode muito bem se ter um pai zeloso e um filho rebelde, um pai fiel ao Senhor, que, na sua fidelidade, 
criou seu filho na doutrina e admoestação do Senhor, deu bom exemplo como servo do Senhor e, 
lamentavelmente, o filho se enverede pelo caminho do pecado, pela impiedade.
- Nas Escrituras, temos muitos exemplos desta natureza. Samuel, o último juiz de Israel, sempre, desde a tenra 
infância (I Sm.3:1-10), foi pessoa temente ao Senhor, reconhecido por todos como profeta (I Sm.3:20) e tão 
preocupado com o ensino da Palavra de Deus aos israelitas, diante da própria negligência dos pais no tempo 
dos juízes, que criou as escolas de profetas para suprir esta lacuna (I Sm.10:5; 19:20). 
- Deste modo, sabido é que ensinou seus filhos no caminho do Senhor. No entanto, seus filhos, ao começarem 
a julgar os israelitas, agiram pecaminosamente e com tanta impiedade que o povo resolveu ter um rei (I 
Sm.8:1-4).
- Diferente não foi com Acaz, rei de Judá, que, tendo tido um pai tão zeloso como era Jotão (II Cr.27:1-9), foi 
um rei extremamente ímpio (II Cr.28:1), não seguindo o exemplo do pai, que, certamente, por fazer o que era 
reto aos olhos do Senhor, também o instruiu na Palavra de Deus. Acaz foi tão ímpio que chegou, inclusive, a 
fechar o templo em Jerusalém (II Cr.28:24).
- E mencionamos o rei Jotão, porque, embora tenha ele dirigido seus caminhos na presença do Senhor, durante 
os seus dias, o povo se corrompia e, nesta corrupção, também andou seu filho Acaz.
- Mas não disse Salomão que quem é instruído, enquanto menino, não se desvia dos caminhos do Senhor? 
Sim, Salomão o diz, ninguém que é instruído no caminho do Senhor, por esta instrução é levado a pecar, a se 
afastar. Na memória da pessoa instruída desde a infância nunca deixará de estar o ensino e este ensino será 
um freio para a prática do mal. Entretanto, isto não quer dizer que o livre-arbítrio da pessoa foi removido ou 
amortecido. Ela poderá, mesmo diante dos ensinamentos recebidos, deliberadamente, por vontade própria, 
afastar-se de Deus.
- Não pode, pois, o pai se considerar culpado pelo desvio espiritual de seu filho, caso tenha cumprido o seu 
dever de criá-lo na doutrina e admoestação do Senhor, pois o filho, se tiver sido assim instruído, está pecando 
de forma deliberada e voluntária, consciente, sabendo que contraria o que Deus deseja, algo que ele tem pleno 
conhecimento.
- O problema é que, na atualidade, principalmente, os pais não têm se desincumbido de seu dever de criação 
na doutrina e admoestação do Senhor e, portanto, são participantes deste desvio espiritual, porque se omitiram 
em ensinar a Palavra de Deus a seu filho que, hoje, se encontra na rebeldia e na incredulidade.
- Para estes casos, em que os pais são zelosos e cumpriram a sua tarefa de educação, cabem tão somente três 
atitudes.
- A primeira é manter sua vida de integridade e de exemplo, para serem testemunhos vivos de piedade diante 
dos filhos rebeldes que, além de terem, na memória, os ensinamentos adquiridos, veem e contemplam 
diariamente o cumprimento da Palavra persistindo na vida de seus pais.
- A segunda é procurar pregar a Palavra aos filhos, chamá-los ao arrependimento, sempre que se tiver 
oportunidade, lembrando-lhes o que a eles foi ensinado desde a tenra idade e que sempre é tempo de voltar 
aos caminhos do Senhor.
- A terceira é interceder por eles, pois, assim como disse Samuel, pecamos quando deixamos de orar por 
aqueles que foram postos sob nossa responsabilidade ao longo da vida (I Sm.12:23).
- Tomando estas três atitudes, os pais zelosos permanecerão sendo achados inocentes e fiéis diante de Deus.

III – A CASUÍSTICA BÍBLICA: A FAMÍLIA DE SANSÃO

- Nosso comentarista, para exemplificar esta questão de pais zelosos e filhos rebeldes, traz-nos o caso da 
família de Sansão, o décimo segundo juiz de Israel.
- O registro da história de Sansão inicia-se pela apresentação de seus pais, verdadeiros pais zelosos, como 
indica o título de nossa lição.
- Estava-se no tempo dos juízes que, conforme vimos em lição anterior, era um período trágico do ponto de 
vista espiritual, pois havia uma verdadeira anarquia no país, com o povo, geração após geração, vivendo em 
pecado, misturando com a idolatria dos demais moradores de Canaã e dos povos vizinhos.
- Como bem explica o autor do livro de Juízes (que a tradição judaica diz ter sido Samuel), toda esta situação 
espiritual adversa tinha como origem o fato de que, geração após geração, os pais não cumpriam seu dever de 
ensinar a lei do Senhor a seus filhos que, assim, eram facilmente influenciados e desvirtuados pelos povos que 
viviam no meio dos israelitas ou à sua volta (Cf. Jz.2:11-23).
- Em meio a esta situação espiritual adversa, uma tribo ainda se destacava em seus pecados, a tribo de Dã,
que, como o próprio livro de Juízes registra, foi a primeira a adotar coletivamente a idolatria (Jz.18).
- Estava-se em mais daqueles períodos de “fundo do poço” espiritual de Israel, que levou o Senhor, uma vez 
mais, a permitir que povos estrangeiros oprimissem a Israel e, desta feita, a opressão veio por meio dos filisteus 
(Jz.13:1).
- Pois bem, em meio a um estado tão desanimador do ponto-de-vista espiritual, o texto sagrado dá-nos a notícia 
de que havia um casal que servia fielmente ao Senhor, e que, por incrível que pareça, era da tribo de Dã. Era 
um homem de Zorá, cidade da tribo de Dã (Js.19:41; Jz.18:2), precisamente a cidade de onde saíram aqueles 
que levariam toda a tribo a apostatar da fé.
- Não devia ser fácil uma família ser fiel a Deus em meio a este ambiente hostil ao Senhor, mas o texto nos 
diz que eram, sim, fiéis e zelosos pelo Senhor, ainda que a mulher fosse estéril e, consequentemente, não 
tinham eles filhos.
- Notamos aqui, por primeiro, a fidelidade deste homem, chamado Manoá ou Manué, nome cujo significado 
é “descanso”, “paz”, a mostrar que se tratava de um homem que, em meio às tantas tribulações e aflições 
existentes à sua volta, tinha em Deus o seu refúgio, o seu descanso, a sua paz. Embora sua mulher fosse estéril, 
jamais ele dela se separou ou quis adotar a poligamia, prática então comum entre os israelitas, notadamente 
quando se tinha a esterilidade da mulher. Comportava-se, assim, como Abraão e Isaque, mantendo a 
monogamia e se submetendo à vontade divina, preservando assim os valores estabelecidos por Deus na vida 
familiar.
- Em nossos dias, não podemos agir diferentemente. Temos de nos manter fiéis a Deus, bem como nossa 
família, apesar de toda a degradação moral e espiritual que nos cerca, apesar de todos viverem dissolutamente, 
devemos manter os princípios e valores estabelecidos pela Palavra de Deus.
- Manoá e sua mulher viviam, certamente, numa situação de total desconforto entre os seus, pois não 
participavam da idolatria oficial da tribo de Dã, nem tampouco agiam conforme os costumes estatuídos pelos 
infiéis e incrédulos. Serviam a Deus e, ainda mais, não pareciam ter nenhum resultado palpável de tal 
fidelidade, já que nem mesmo filhos Deus lhes concedera.
- Um dia, porém, a mulher de Manoá recebeu a visita do Anjo do Senhor, esta personagem que sempre suscita 
discussão entre os estudiosos da Bíblia mas que, nesta passagem bíblica, não parece haver dúvida de que se 
trata de uma teofania, de uma aparição de Nosso Senhor antes da encarnação, já que a personagem se 
identificará como Maravilhoso (Jz.13:18), um dos nomes que será dado ao Messias por Isaías (Is.9:6).
- O Anjo do Senhor disse à mulher de Manoá que era ela estéril mas que o deixaria de ser, concebendo e tendo 
um filho e que, por isso mesmo, a partir de então deveria se abster de beber vinho ou bebida forte ou de comer 
coisa imunda, pois o filho que dela nasceria deveria ser nazireu desde o ventre e que a ele estava cometida a 
missão de começar a livrar Israel da mão dos filisteus (Jz.13:3-5).
- Temos aqui preciosas lições. Por primeiro, aprendemos que a vida começa com a concepção e que a educação 
cristã deve se iniciar desde este momento. Certa feita, ouvimos do saudoso pastor Carlos Padilha de Siqueira 
que uma mãe lhe veio perguntar quando deveria começar a educar seu filho de um ano no caminho do Senhor 
e o pastor lhe disse que ela já havia perdido um ano nesta tarefa!
- Devemos criar nossos filhos nos caminhos do Senhor desde o momento em que ele é concebido. A mãe deve 
falar ao filho das coisas de Deus, deve ler textos bíblicos em voz alta para que seu filho no ventre o ouça, deve 
orar em voz alta para que ele também o ouça, assim já estará iniciando a criança no temor ao Senhor.
- A mulher de Manoá deveria se abster da alimentação proibida aos nazireus desde o momento em que havia 
se encontrado com o Anjo do Senhor, porque seu filho deveria ser nazireu desde o ventre.
- A segunda lição que temos é que Jesus quer que nossos filhos lhe sejam consagrados e dedicados desde o 
ventre da mãe. Os filhos são herança do Senhor (Sl.127:3) e precisamos ter o firme propósito de, desde a 
concepção deles, cumprirmos nossa tarefa de criá-los na doutrina e admoestação do Senhor (Ef.6:4).
- O nazireu era, na lei de Moisés, alguém que se consagrava ao Senhor por um determinado período, separava-
se para Deus, sendo uma figura do servo de Deus na dispensação da graça, pois todo o salvo na pessoa de 
Cristo é alguém separado para Deus, alguém que é propriedade do Senhor (I Co.1:30; 6:19,20).
- O nazireu tinha de se apartar do vinho e da bebida forte bem como não podia ingerir nada que viesse da uva, 
como também não podia passar navalha sobre a sua cabeça, nem tocar no corpo de um morto (Nm.6:1-8).
- A abstenção do vinho representa a abstenção dos prazeres deste mundo, porquanto o vinho é o símbolo da 
alegria deste mundo (Ec.2:1-3), tanto que o apóstolo Paulo diz que não devemos nos embriagar com o vinho 
mas nos enchermos do Espírito Santo (Ef.5:18).
- Devemos mostrar a nossos filhos que a alegria deste mundo é enganosa e que não devemos nos apegar às 
coisas desta vida, mas, sim, buscarmos ao Senhor, ao reino de Deus e à sua justiça, a termos a alegria da 
salvação.
- A manutenção do cabelo e a proibição de seu corte fala-nos da honra que se deve dar a Deus (Cf. I Co.11:5,6), 
é sinal de submissão a Deus, pois o cabelo está acima da cabeça, cobre a cabeça, como que a indicar que não 
nos guiamos segundo nossos pensamentos, mas estamos sujeitos a Deus, temos a Sua mente (I Co.2:14-16).
- Devemos mostrar a nossos filhos que devemos temer a Deus, dar-Lhe a devida honra, obedecer-Lhe a todo 
instante, a todo momento.
- A proibição de tocar um corpo morto equiparava o nazireu aos sacerdotes, ou seja, mostrava que ele estava 
separado para Deus, que é a vida, e que não poderia ter contato com a morte, com o pecado.
- Devemos ensinar nossos filhos a ter uma vida de santidade, de separação do pecado e separação para Deus, 
mostrando-lhes, a partir do nosso exemplo, a ter uma vida de adoração a Deus, com meditação nas Escrituras, 
oração, jejum, busca do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais.
- Assim que teve este encontro com o Anjo do Senhor, a mulher de Manoá contou tudo a seu marido. Tratava-
se de um casal que vivia segundo os padrões divinos e, em sendo assim, não havia qualquer segredo entre 
ambos, como era, no princípio, com o primeiro casal (Gn.2:25).
- A comunhão exige comunicação, porque não se pode ter vida em comum se não se tem diálogo, se o interior 
de cada um não é exteriorizado pela linguagem. Hoje muitos casais nem sequer se conversam, e isto é fatal 
para o relacionamento conjugal. A mulher de Manoá tudo contou a seu marido, porque ele deveria, também, 
participar da criação deste filho que estava para vir.
- Manoá, ao saber disto, além de ter crido no que disse sua mulher, pois havia confiança mútua e ambiente de 
verdade entre eles, mostrando ser um servo de Deus genuíno, passou a orar instantemente ao Senhor pedindo 
para que também o Anjo do Senhor lhe aparecesse e lhe ensinasse como deveria criar o filho.
- Temos esta mesma consciência de responsabilidade que tinha Manoá? Ele não se atreveu a ficar feliz com a 
notícia de que finalmente teria um filho, mas sabia que este filho tinha de ser criado segundo a direção e a 
vontade de Deus. Manoá realmente tinha Deus como o Senhor de sua casa, ele era apenas a cabeça da mulher, 
mas sabia que a cabeça de tudo era Deus e queria a orientação do Anjo do Senhor (que sabemos era Cristo). 
- Em nossas famílias, o varão tem de ser a cabeça da mulher; Cristo, a cabeça do varão e Deus, a cabeça de 
Cristo (I Co.11:3). Lamentavelmente, muitos, hoje em dia, embora se digam cristãos, têm adotado os modelos 
mundanos e modernos de famílias e, por isso mesmo, não devemos nos surpreender com os cada vez mais 
frequentes casos de falência de famílias dos que cristãos se dizem ser, com o aumento vertiginoso de divórcios 
e de perdição de filhos que temos contemplado na atualidade. Resta-nos apenas repetir as palavras do profeta 
Isaías: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is.8:20).
- Deus ouviu a oração de Manoá e o Anjo do Senhor apareceu novamente à sua mulher e ela, imediatamente, 
correu e foi chamar seu marido, que, assim que encontrou o Anjo do Senhor, não hesitou em logo pedir como 
deveria ser o filho criado, tendo repetido o que dissera àquela mulher.
- Após ouvir estas palavras, Manoá quis oferecer algo ao Anjo do Senhor, não sabendo que era o Anjo do 
Senhor, que não aceitou mas mandou que houvesse um sacrifício ao Senhor e, assim, no momento do 
sacrifício, soube o casal que se tratava do Anjo do Senhor e aumentou, ainda mais, o temor daquele casal, que 
cumpriram à risca as ordens divinas sobre a criação do filho, que recebeu o nome de Sansão, cujo significado 
é “pequeno sol” ou “homem do sol”, com o significado de “homem de Deus”, pois o Senhor é chamado de 
“sol e escudo” (Sl.84:11).
- Os pais criaram Sansão conforme as orientações divinas e o resultado disto é que, além de ele crescer, foi 
abençoado pelo Senhor (Jz.13:24), passando a ser visitado pelo Espírito Santo, que, de quando em quando, o 
impelia para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol (Jz.13:25).
- Quando criamos nossos filhos segundo a direção de Deus, trazemos a eles o crescimento físico, moral e 
espiritual, a exemplo do crescimento de Jesus (Lc.2:52), bem como os pomos debaixo da bênção divina e da 
ação do Espírito Santo na vida deles.
- Como dissemos acima, os pais de Sansão cumpriram o seu papel. Criaram o filho conforme a vontade divina, 
mas tinha Sansão o livre-arbítrio e, lamentavelmente, passou a desconsiderar deliberadamente o que Deus lhe 
tinha dado.
- Assim é que, lentamente, vamos ver, no texto sagrado, como Sansão vai desprezando a educação que 
recebera e as promessas que Deus lhe dera. Começa querendo casar-se com uma mulher filisteia, o que foi do 
desagrado de seus pais, que tentaram, sem êxito, dissuadi-lo (Jz.14:1-3).
- Em seguida, quebra o nazireado, sem que seus pais o tivessem sabido, ao tocar o corpo morto de um leão e 
dele tomar mel (Jz.14:8).
- Sansão casa-se com a mulher filisteia, e, muito provavelmente, nas bodas de seu casamento, quebra o 
nazireado, pois impossível que se tivesse festa de casamento sem vinho. Este casamento se desfaz, os pais 
dela a entregam a outro marido e Sansão, em vingança, queima uma seara dos filisteus, passando a ser inimigo 
deste povo, tendo, posteriormente, ferido mil homens filisteus com a queixada de um jumento.
- Em sua vida dissoluta, porém, acaba por enamorar-se com Dalila, uma prostituta filisteia, que o trai e 
consegue descobrir que o segredo de sua força era o seu cabelo, que é cortado, quando, então, desaparece o 
último sinal de seu nazireado, tanto que é dito que, quando tenta ele fugir dos filisteus, o que o fazia pela 
terceira vez, o Espírito Santo já não mais estava com ele (Jz.16:20).
- Percebemos, pois, que toda a derrocada espiritual de Sansão foi resultado de suas próprias escolhas, e, no 
princípio dela, contra a própria advertência de seus pais. Não se pode, pois, lançar qualquer culpa em Manoá 
e sua mulher e aqui temos um nítido exemplo de que os pais não salvam os filhos, mas têm o dever indeclinável 
de criá-los na doutrina e admoestação do Senhor.
- A salvação é individual, mas os pais têm este dever de criação dos filhos e, se o tiverem cumprido, são 
inocentes da perdição de seus filhos, caso ela venha a ocorrer. Sabemos que Sansão se arrependeu, foi ouvido 
pelo Senhor e, na sua morte, matou mais filisteus do que em toda a sua vida, cumprindo, assim, apesar de 
todos seus desatinos, sua missão que era a de começar a livrar Israel das mãos dos filisteus.
- Como pais, não podemos abandonar o dever que temos, sabendo que os filhos darão conta de si mesmos a 
Deus.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco



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