Sumário
Capítulo 1
Avivamento Espiritual 11
Capítulo 2
Avivamento no Antigo Testamento 23
Capítulo 3
Avivamento no Novo Testamento 33
Capítulo 4
O Ministério Avivado de Jesus 43
Capítulo 5
O Avivamento na Vida da Igreja 51
Capítulo 6
O Avivamento no Ministério de Pedro 61
Capítulo 7
Estêvão - um Mártir Avivado 75
Capítulo 8
O Avivamento Espiritual no Mundo
Capítulo 9
O Avivamento Pentecostal no Brasil 95
Capítulo 10
O Avivamento na Vida Pessoal 105
Capítulo 11
O Avivamento e a Missão da Igreja 119
Capítulo 12
Vivendo no Espírito 133
Capítulo 13
Aviva, ó Senhor, a Tua obra 147
Avivamento
Espiritual
Nos dias presentes, mais do que nunca, a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo necessita de avivamento espiritual. Em muitos lugares no Brasil e no mundo, tem-se a impressão de que uma “frente fria” tem passado por muitas igrejas. As chamadas igrejas
históricas, oriundas da Reforma Protestante do século 16, de modo geral,
nunca buscaram um avivamento com poder de Deus por intermédio do
Espírito Santo. A Reforma foi um movimento extraordinário promovido
por Deus para sacudir as bases das igrejas consideradas cristãs, que se
haviam acomodado ao formalismo religioso. De modo especial, o Senhor
levantou homens e mulheres, inclusive no meio da igreja católica, para
promover mudanças marcantes na estrutura religiosa daquela igreja, que
se dizia cristã, mas que se afastara da ortodoxia neotestamentária.
As igrejas oriundas da Reforma tornaram-se formalistas e academicistas por terem ignorado ou se esquecido do papel maravilhoso do Espírito
Santo. As proposições básicas e fundamentais da Reforma adotaram as
expressões latinas para indicar o seu corolário de fé. Tais proposições
foram denominadas Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus, Sola Scriptura e
Soli Deo Gloria. Vê-se que tais declarações de fé honraram o Pai, o Filho,
a Palavra, a fé e a graça, só que os reformadores esqueceram-se de um
“Sola” tão importante quanto as outras. Esqueceram-se do Solus Spiritus!
Não queremos dizer que eles não conheciam o Espírito Santo, mas, sim,
que se esqueceram de contemplar e valorizar a sua pessoa no meio das
proposições características da fé dos reformadores.
O resultado dessa omissão ao valor, à necessidade e à importância
do Espírito Santo para a Igreja do Senhor Jesus foi que, durante cerca de
duzentos anos, as igrejas que adotaram os princípios da Reforma foram
dominadas por um formalismo tal, misturado com academicismo teológico,
que se tornaram formalistas e sem poder. As discussões teológicas causaram grande acirramento nas percepções que os reformadores tinham da
Palavra de Deus. Divisões e fragmentação das igrejas causaram profundas
diferenças no contexto eclesiástico pós-reforma na Europa e no mundo.
Esse formalismo tem atravessado os séculos e manifesta-se até os dias
atuais, causando frieza ou mornidão no meio de muitas denominações.
Antes da Reforma, o Senhor Deus levantou homens que se comprometeram com a fidelidade à sua Palavra, que levantaram a voz contra
o formalismo religioso, sem graça e sem poder para provocar mudanças na realidade espiritual das nações e das pessoas. Deus chamou
homens inconformados com a letargia espiritual, que foi provocada
pelo catolicismo romano, para promover mudanças na vida dos que se
diziam cristãos. Dentre esses homens, em 1315, destacou-se Jan Huss
(1369–1415), um professor da Universidade de Praga, homem cheio de
fé e amor ao evangelho de Cristo, que condenou os desvios e a apostasia
da igreja católica. Como resultado, Huss foi preso e lançado na fogueira, deixando, porém, muitas almas salvas por Cristo e com a chama do
avivamento nos corações.
Entre 1330 e 1384, Deus levantou outra testemunha poderosa, cheia
do Espírito Santo, para despertar os cristãos contra os ensinos heréticos
do catolicismo romano. Esse homem foi John Wycliffe (1328–1384), que
proclamou que a sua fé baseava-se no que está escrito na Palavra de
Deus e na obediência aos ensinos de Cristo, nos Evangelhos, e dos seus
apóstolos, nos Atos e nas epístolas. Depois de Wycliffe, Deus levantou
Girolamo Savonarola (1452–1498), homem culto, Superior do Convento,
que, conhecendo a Bíblia, protestou contra os desmandos, a corrupção
e as orgias promovidas pelo clero desviado. Ele foi excomungado pelo
Papa Alexandre VI e, em 1498, foi queimado vivo na fogueira, mas o seu
testemunho não morreu, está queimando até hoje nas consciências dos
que desejam ver a Igreja de Jesus no centro da sua santa vontade.
A Reforma Protestante não atingiu a igreja cristã. Pode até parecer impertinência de nossa parte afirmar isso, mas a Igreja de Jesus nunca precisou
de reforma alguma. Ela sempre existiu desde a Igreja Primitiva, como vemos
em Atos dos Apóstolos e nas epístolas. Deus, todavia, levantou homens
cristãos, como Martinho Lutero (1483–1546), Ulrico Zuínglio (1484–1531),
João Calvino (1509–1564) e outros, para promover o movimento contra
os desmandos e apostasias da igreja deformada — esta, sim, precisou de
reforma. A Reforma trouxe grande contribuição a todos os que desejavam
uma mudança real nos rumos da igreja católica, mas depois se tornou mais
um movimento político do que espiritual. O formalismo e a frieza tomaram
conta das igrejas que aceitaram o movimento reformista. Diante daquela
realidade espiritual das igrejas reformadas, houve uma reação à frieza e
ao conformismo dominante no cerne das diversas denominações. Séculos
mais tarde, com o movimento pentecostal, o Senhor Deus soprou o vento
do Espírito Santo para promover o avivamento no meio do seu povo.
Neste capítulo, nossa atenção estará em parte voltada ao texto de Ageu
2.1-9, que registra um período de grande frieza espiritual no meio do povo
de Israel. O próprio Deus cobrou do seu povo a reconstrução do Templo,
que fora destruído como consequência da desobediência aos seus mandamentos. O Senhor deu um grande incentivo ao povo quando este se pôs
a trabalhar com afinco para a reconstrução do santuário. E Deus deu uma
promessa gloriosa de avivamento para o seu povo (Ag 2.8,9).
I – O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL
1. O que É Avivamento
Na maioria dos dicionários bíblicos,não há definição para essa palavra.
Todavia, certamente a encontramos em dicionários diversos. “Avivamento
é o ato de se avivar, ou seja, de se tornar mais vivo, mais ativo, mais intenso,
despertado e nítido. Este é um termo bastante usado no âmbito religioso
para se referir ao período de renovação espiritual.”1
2. Avivamento Espiritual
Pode haver avivamento em âmbito não espiritual, por exemplo: avivamento nas artes, na cultura e em outras áreas, embora o termo não seja
usual nesse sentido. Avivamento espiritual é, porém, uma intervenção de
Deus que só tem lugar quando o Espírito Santo encontra espaço no cora-
ção de uma pessoa, de um grupo, de uma cidade ou de uma nação e, mais
ainda, quando uma igreja volta-se para Deus, buscando a sua presença de
maneira intensa e profunda, visando alcançar mudanças e transforma-
ções na realidade espiritual. Quando o avivamento cessa depois de algum
tempo, faz-se necessário nova busca pelo poder de Deus, provocando o
que podemos chamar de reavivamento espiritual.
3. Pré-Condição para o Avivamento:
a Existência de uma Situação Indesejável
Deus disse a Salomão: “Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou
se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste
entre o meu povo” (2 Cr 7.13). Esses acontecimentos trágicos sempre
aconteceram, perturbando Israel por causa do pecado e da desobediência
aos mandamentos de Deus, o Senhor. Numa perspectiva espiritual, uma
situação calamitosa leva a situações caóticas em termos humanos, morais
e físicos, afetando todas as áreas na vida de um povo, de uma nação ou de
uma igreja. Geralmente, é uma pré-condição para que haja um avivamento.
4. As Condições para que o Avivamento
Aconteça (2 Cr 7.13-17)
O avivamento não acontece “de qualquer maneira” e nem por qualquer
movimento avivalista promovido por pregadores, mensageiros ou representantes de igrejas ou grupos ditos espirituais. Ninguém, por mais santo
que seja, produz um avivamento espiritual. O avivamento vem de cima,
dos céus e é produzido por Deus pelo seu Espírito Santo. Charles Finney
(1792–1875) disse sobre isso: “O avivamento é o uso correto dos meios
adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem avivamento. Caso
contrário, Deus não os teria prescrito.”2 Que meios são esses? São condi-
ções indispensáveis propiciadas por quem busca o avivamento segundo
os princípios de Deus. Não se trata de técnica, nem de método, muito
menos de estratégias humanas. Podemos tomar a promessa de Deus por
ocasião da inauguração do Templo construído por Salomão em Jerusalém
cerca de 1004 anos a.C., conforme registra 2 Crônicas, como referência
ou requisitos para essas condições (2 Cr 7.14). Nesse texto, vemos alguns
aspectos importantes que antecedem um avivamento espiritual.
Humilhação diante de Deus
Diante de uma situação espiritual decadente, de um estado de frieza e
letargia espiritual que clama por soluções efetivas, humilhar-se é a primeira condição para o avivamento: “E se o meu povo, que se chama pelo meu
nome se humilhar [...].” Deus é soberano, altíssimo, onipotente, onisciente e
onipresente. São atributos absolutos ou intransferíveis do seu ser. Diante da
sua grandeza e majestade, todos os seres do universo, tanto nos céus quanto
na terra, sejam anjos, sejam homens, todos devem encurvar-se aos seus
pés e, prostrados, adorarem-no. “E, quando outra vez introduz no mundo o
Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6; Sl 149.1,2). Na
terra, todos são exortados a prostrarem-se diante do Deus Todo-poderoso
(Sl 99.5). Sempre que Israel humilhou-se e obedeceu ao Senhor, estando
quebrantado na sua misericórdia, o Senhor abençoou-o, restaurou-o e deu
vitória, mandando avivamento para o seu povo. Essa pré-condição não era
requisito apenas para Israel; é pré-requisito para hoje, para todas as igrejas
que sentem a necessidade de avivamento e desejam vê-lo acontecer nesses
dias tão trabalhosos, como profetizou o apóstolo Paulo (2 Tm 3.1).
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