🟠 𝗢 𝗠𝗢𝗗𝗘𝗟𝗢 𝗗𝗘 𝗔𝗧 𝟮:𝟰𝟰-𝟰𝟱 É 𝗩Á𝗟𝗜𝗗𝗢 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗢𝗦 𝗗𝗜𝗔𝗦 𝗔𝗧𝗨𝗔𝗜𝗦❓


🟠 𝗢 𝗠𝗢𝗗𝗘𝗟𝗢 𝗗𝗘 𝗔𝗧 𝟮:𝟰𝟰-𝟰𝟱 É 𝗩Á𝗟𝗜𝗗𝗢 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗢𝗦 𝗗𝗜𝗔𝗦 𝗔𝗧𝗨𝗔𝗜𝗦❓ 
❤‍🔥 𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑨𝒎𝒂𝒅𝒂 𝑬𝑩𝑫 𝒏𝒐 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎
 
𝗗𝗶𝘇 𝗔𝘁𝗼𝘀 𝟮:𝟰𝟰-𝟰𝟱:
“𝘌 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘮 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘷𝘢𝘮 𝘫𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴, 𝘦 𝘵𝘪𝘯𝘩𝘢𝘮 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘶𝘮. 𝘌 𝘷𝘦𝘯𝘥𝘪𝘢𝘮 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘱𝘳𝘰𝘱𝘳𝘪𝘦𝘥𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘦 𝘣𝘦𝘯𝘴, 𝘦 𝘳𝘦𝘱𝘢𝘳𝘵𝘪𝘢𝘮 𝘤𝘰𝘮 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴, 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘶𝘮 𝘩𝘢𝘷𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘮𝘪𝘴𝘵𝘦𝘳.”
 
     O versículo acima nos mostra a forma de contribuição da igreja primitiva para suprir as necessidades de seus membros; que era a partilha de bens entre todos. 
 
     O termo grego traduzido por “herdade” ou “propriedades” é κτήματα (ktemata), que, segundo o léxico grego de Thayer, significa literalmente “uma posse, uma terra ou propriedade (latifúndio)”. Já o termo traduzido por “bens” é ὑπάρξεις (hyparxeis) que, segundo Strong significa “posses, bens, riqueza ou propriedade”. Esses termos mostram que os primeiros discípulos se desfaziam “de suas terras e das suas riquezas” (bens) para poder suprir as necessidades dos mais pobres. A problemática levantada nesse post é se esse modelo de contribuição ainda é válido para a igreja atual? Ou foi só um costume local e transitório, praticado apenas pela igreja de Jerusalém❓
 
    O comentário Bíblico de Moody afirma que essa prática era comum aos crentes mais ricos; ou seja, eram os crentes ricos que vendiam alguma propriedade e doavam o dinheiro aos apóstolos e esses repartiam entre os crentes mais pobres (Moody,2006, p.16). Porém, segundo o mesmo comentário Bíblico de Moody, essa prática ficou limitada a igreja de Jerusalém (Moody, 2006, p.16).
 
    I. Howard Marshal, no livro ATOS: introdução e comentário da editora cultura cristã, comenta que essa prática foi motivada por um primeiro de entusiasmo. Mas, de fato, isso tornou-se algo mais voluntário e pessoal com o passar do tempo, do que uma regra ou imposição da igreja conforme visto em At 4:32: 
 
Depara-se, porém, na narrativa em 4:32-5:11, que vender os bens pessoais era assunto voluntário, e a atenção especial dada a Barnabé por ter vendido um campo talvez sugira que houvesse algo de incomum no seu ato. (Marshal, 1982, p.82)
 
      Assim, a ação de Barnabé (At 4: 36,37) seria um exemplo de voluntariedade, devoção e cuidado com o próximo. Mas o mau exemplo de Ananias e Safira (At 5:1-11) mostra que a prática também atraia falsos crentes e, de certa forma, estimulou a hipocrisia. Outros comentaristas afirmam que essa forma de contribuição levou a comunidade cristã de Jerusalém a ficar vulnerável quando veio a grande crise sobre Jerusalém (At 11:28). Pois os crentes mais abastados de Jerusalém doaram todos seus recursos financeiros e não podiam nem ajudar a si mesmos nem tão pouco seus irmãos mais pobres; cabendo a igreja gentílica sustentar e prover recursos a comunidade de Jerusalém conforme vemos em At 11:27-30 e 1 Cor 8:1-15.      
 
    É nesse contexto de Crise em Jerusalém, que vemos mais uma vez Barnabé que, junto com Paulo, coordena uma campanha de coleta e contribuição para os crentes de Jerusalém nas igrejas gentílicas. Então, seria esse o motivo da narrativa de At 4:32: apresentar Barnabé e mostrar que ele, desde sempre, esteve envolvido com a ajuda dos pobres da igreja. 
 
   Ou seja, as narrativas de At 2:44-45 e At 4:32 não são normativas ou buscam estabelecer padrões para igreja de hoje, mas buscam descrever como a igreja primitiva estava envolvida no cuidado dos crentes mais pobres. Tendo como ícone chave Barnabé, cujo nome de fato era José, mas os apóstolos o renomearam de Barnabé (At 4:36), que significava “filho da consolação”, devido ao seu grande empenho na missão social da igreja primitiva.  
   
    Então, a resposta à pergunta inicial é não. At 2:44-45 não estabelece um padrão de contribuição para igreja atual, porém o princípio de cuidado e ajuda aos crentes mais pobres deve sim ser observado pela igreja contemporânea. Todavia, cabe a igreja local estabelecer as formas de arrecadação e ajuda aos pobres.


📚 𝐑𝐄𝐅𝐄𝐑Ê𝐍𝐂𝐈𝐀𝐒
- Comentário Bíblico de Moody, Volume 4; 2006, Imprensa Batista Regular.  
- Concordância Exaustiva de Strong; 2009, editora Hendrickson Publishers. 
- I. Howard Marshall; Atos: Introdução e comentário, SÉRIE CULTURA BÍBLICA; 1982, edições Vida Nova.
- Léxico grego de Thayer; 1995; editora Hendrickson Publishers.

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