Tema: Ídolos na Família
Texto: Gênesis 31.17-19,33-35; Juízes 17.1-5
Gênesis 31
17 – Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos,
18 – e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que
alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
19 – E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha.
33 – Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Leia, e na tenda de ambas as servas e
não os achou; e, saindo da tenda de Leia, entrou na tenda de Raquel.
34 – Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-
se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou.
35 – E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-
me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou
os ídolos.
Juízes 17
1 – E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica,
2 - O qual disse à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa
deitavas maldições e também as disseste em meus ouvidos, eis que esse dinheiro eu o tenho, eu
o tomei. Então, disse sua mãe: Bendito seja meu filho do SENHOR.
3 – Assim, restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente
tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem
de escultura e de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar.
4 – Porém ele restituiu aquele dinheiro a sua mãe, e sua mãe tomou duzentas moedas de prata
e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e de fundição, e esteve em casa
de Mica.
5 – E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um
de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
INTRODUÇÃO
Ídolos na Família é o tema de hoje em nosso Programa Entendes Tu o que Lês? Essa exposição bíblica faz parte do conjunto de mensagens aqui no canal sobre relacionamentos em família. Primeiro abordamos sobre o tema: Quando a família age por conta própria
(Abraão e Sara); depois tratamos do tema: A Predileção dos Pais por um dos Filhos (Isaque e Rebeca), seguimos falando do tema: Ciúme, o Mal que Prejudica a Família e hoje vamos tratar
do tema: Ídolos na Família.
Enquanto Jacó e Raquel fogem com os ídolos de Labão, Mica constrói sua própria casa de ídolos e consagra um de seus filhos como sacerdote. Ambos os relatos mostram a presença
de ídolos dentro das famílias e como isso pode levar a problemas, conflitos e impedimentos
em nosso relacionamento com Deus.
I. JACÓ FOGE DA CASA DE LABÃO E RAQUEL LEVA OS ÍDOLOS DE SEU PAI
Depois de 20 anos na casa de seu tio Labão, é hora de Jacó retornar à sua terra. Ele o faz por meio da fuga. Na verdade, Jacó está cheio de medo e incredulidade. Ele sabe do que seu
sogro é capaz. Porém, Jacó precisava entender que o Deus que o manda é o mesmo que o garante. Mais tarde vemos a prova disso (Gn 31.24).
Existem pelo menos 4 motivos para ele voltar a sua terra: Em primeiro lugar, por causa das acusações levianas dos cunhados (Gn 31.1); Em segundo lugar, por causa do semblante desfavorável do sogro (Gn 31.2,5); Em terceiro lugar, por causa da ordem expressa de Deus (Gn 31.3,13); Em quarto lugar, por causa do conselho de suas mulheres (31.4-16).
1. Labão, tio de Jacó, era: Ganancioso e interesseiro: Labão enganou Jacó várias vezes ao longo dos anos para manter
sua mão de obra e riqueza. Ele só se importava com o lucro financeiro que Jacó trazia para ele. Mentiroso: Labão fez promessas falsas a Jacó, como dar-lhe a filha mais nova em casamento em troca de mais anos de trabalho. Ele também mudou os termos do acordo várias vezes.
Controlador: Labão tentou controlar a vida de Jacó, incluindo quem ele se casou e onde ele morou. Idólatra: Labão confiava em ídolos e deuses falsos em vez de confiar no verdadeiro Deus.
Manipulador: Labão tentou manipular Jacó por meio de seus filhos e outras pessoas, a fim de conseguir o que queria.
deixar a casa de Labão e retornar para a terra de Canaã com sua família e
rebanho.
17 – Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos,
18 – e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía,
que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
Depois de conhecermos os quatro motivos para sua partida, sendo o último o conselho de
suas mulheres em (Gn 31.16), o texto diz "então", indicando uma ação em relação à decisão
de partir daquele lugar. As filhas de Labão, Lia e Raquel, estavam ressentidas com o pai, pois ele as vendeu como escravas sem lhes dar nenhum direito, por isso estavam ao lado de seu
marido, que pagou um preço exorbitante de 14 anos de trabalho pelas duas esposas. Na visão de Labão, até mesmo Jacó era um escravo, uma ferramenta de trabalho. Jacó se levantou, esse verbo está relacionado à forma de se referir a alguém que está levantando acampamento, com o sentido de partir daquele lugar. Ele reuniu seus filhos, suas
mulheres, todo o seu gado e fazenda, que aqui se refere à sua riqueza como um todo.
Jacó não deixou nada para trás do que possuía. Afinal, dessa vez ele havia trabalhado duro por tudo o que tinha conquistado.
3. Raquel rouba os ídolos de seu pai antes de partir.
19 – E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha. Durante a fuga, Raquel roubou os terafins, ídolos do lar de seu pai, sem o conhecimento de Jacó. Este, por sua vez, enganou Labão, escondendo a sua partida, e cruzou o rio Eufrates em
direção à montanha de Gileade. Os terafins eram provavelmente esculturas dos deuses dos antepassados de Labão, também conhecidos como "bonecos dos antepassados". Segundo
Derek Kidner, Raquel pode ter roubado os ídolos por motivos religiosos (Gn 35.2,4), mas é mais provável que o tenha feito para fortalecer a sua reivindicação da herança. Essa ideia é sustentada pelas palavras de Raquel em (Gn 31.14-16), nas quais ela justifica o roubo como
um direito seu. De acordo com MacDonald, a posse dos terafins garantia a liderança da família e, no caso de uma filha casada, assegurava ao marido o direito à propriedade do pai.
4. Labão procura os ídolos, mas não os encontra.
A perseguição que Jacó sofria por Labão tinha três motivações: 1) material, uma vez que a
fonte de sua riqueza havia acabado; 2) emocional, já que ele não teria mais a chance de
conviver com suas filhas e netos; e 3) religiosa, visto que seus deuses foram roubados.
Wiersbe observa que o fato de Labão ter ficado tão perturbado com o roubo dos ídolos do lar evidencia que ele depositava sua fé em ídolos e não no verdadeiro Deus, a quem Jacó servia.
33 – Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Leia, e na tenda de ambas as servas e
não os achou; e, saindo da tenda de Leia, entrou na tenda de Raquel.
O hipócrita Labão explorou seu genro, roubou suas filhas e netos e tentou passar a imagem de
um pai, sogro e avô amável, chegando até mesmo a acusar Jacó de ter sequestrado suas filhas e ter roubado seus ídolos (Gn 31.30).
Agora, ao tentar encontrar seus ídolos roubados, Labão procura um motivo para validar toda a sua encenação. Ele faz uma busca minuciosa em cada tenda em busca dos ídolos. Jacó não sabia
o que havia acontecido e estava certo de que, dessa vez, não havia enganado Labão.
34 – Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou.
Raquel foi criada em um lar idólatra e, apesar de ter um esposo que estava aprendendo a temer a Deus, ela ainda mantinha algumas crenças idólatras. Por isso, sabendo do caráter de seu pai,
que certamente não os deixaria partir com facilidade, ela escondeu os ídolos do lar debaixo da albarda (cela) do camelo em que estava sentada.
35 – E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.
Para evitar que algo desse errado, Raquel planejou cuidadosamente a forma como iria sair da casa de Labão sem que ele descobrisse os objetos furtados. Ela usou como desculpa estar menstruada, o que segundo ela a impedia de se levantar e descer do camelo, e assim os ídolos
não foram descobertos. No entanto, não temos certeza se Raquel realmente estava menstruada ou se isso foi apenas uma maneira de retribuir seu pai por tudo o que ele havia feito com elas.
É importante destacar que, mesmo que os pais sejam injustos com os filhos, não devemos retribuir o mal com o mal, pois isso é pecado diante de Deus. Ele nos ensina a perdoar e honrar nossos
pais.
II. MICA E SUA CASA DE ÍDOLOS
1. Mica, um homem da montanha de Efraim, rouba sua mãe.
1 – E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica,
A história de Mica começa logo após o encerramento da história de Sansão com sua morte.
Embora o nome Mica signifique "quem é como Jeová?", é evidente que o homem não viveu uma vida que honrasse o Senhor. Temos a informação que ele vivia na montanha de Efraim, mas não
sabemos se de fato ele pertencia a essa tribo.
2 - o qual disse à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa
deitavas maldições e também as disseste em meus ouvidos, eis que esse dinheiro eu o tenho, eu
o tomei. Então, disse sua mãe: Bendito seja meu filho do SENHOR.
Não sabemos o nome do pai e muito menos da mãe de Mica. O que sabemos é que esse filho
havia furtado da sua própria mãe o valor de mil e cem ciclos de prata. Sua mãe não sabia
quem lhe havia furtado esse valor, mas proferiu maldições sobre o ladrão. O texto nos deixa
entender que não foi por arrependimento de seu pecado, mas por medo das maldições
lançadas sobre o ladrão que Mica resolve revelar o furto.
Sua mãe por sua vez não o repreende pelo que fez, mas retira as maldições e abençoa seu
filho.
Essa família aparenta ser israelita, porém, apesar de seu desvio da verdadeira adoração, a mãe de Mica o abençoa em nome do Senhor.
2. Mica restitui o dinheiro à sua mãe, que usa duzentas moedas de prata para fazer a imagem de escultura e fundição.
3 – Assim, restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente
tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem
de escultura e de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar.
4 – Porém ele restituiu aquele dinheiro a sua mãe, e sua mãe tomou duzentas moedas de prata
e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e de fundição, e esteve em casa de Mica.
Quando os treze quilos de prata foram restituídos, a mãe de Mica decide dedicar o dinheiro ao Senhor e pega parte daquele dinheiro (duzentas peças de prata) para ser dedicado a ser feito uma
imagem de escultura para a casa de Mica.
Essa mãe não só dá o dinheiro, mas manda fazer a imagem de escultura. Eram tempos de apostasia como estamos vendo em nossos dias.
Os pais deveriam segundo a Lei ser exemplos de praticar os mandamentos do Senhor e ensiná-los a seus filhos (Dt 6.6-8). No entanto, o que vemos aqui é uma mãe sincrética, que mistura o
nome do Senhor a outros deuses, seguindo a prática dos outros povos que eram politeístas.
3. Mica tem uma casa de ídolos e consagra um de seus filhos como sacerdote
5 – E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
Por fim, o relato nos informa que, além do ídolo que sua mãe mandou ser confeccionado, Mica tinha um pequeno santuário em casa dedicado à adoração de ídolos. Para legitimar sua
adoração sincrética, que misturava práticas de diferentes crenças, Mica manda fazer um
éfode, um colete usado pelo Sumo Sacerdote, e consagra seu próprio filho como sacerdote,
mesmo ele não sendo da tribo de Levi nem da família de Arão, e portanto, jamais poderia ser
sacerdote. O escritor do livro de Juízes faz questão de mencionar que cada um fazia o que parecia certo aos seus próprios olhos (Jz 17.6).
Isso soa como uma triste realidade: Como não havia uma adoração centralizada respeitada, muitas famílias adoravam de acordo com suas próprias opiniões. Essa realidade de uma adoração pessoal desconectada das Escrituras é repetida em nossos dias.
O lar de Mica e sua família era um lugar de confusão religiosa e moral devido à recusa em se sujeitar à autoridade da Palavra de Deus. No entanto, essa situação não é muito diferente
de muitos lares atuais, onde o dinheiro se tornou o deus ao qual as famílias dedicam sua devoção, os filhos roubam dos pais e mentem sobre suas ações, a honra da família é desconhecida e não há espaço para o verdadeiro Deus. A televisão e a internet fornecem todas as "imagens" que uma família poderia desejar "adorar", e poucos se preocupam com as
declarações que começam com "Assim diz o Senhor".
CONCLUSÃO
A exposição bíblica de hoje apresenta duas histórias que mostram a idolatria sendo praticada
em duas famílias. Primeiro, Jacó foge de Labão e Raquel furta seus ídolos, demonstrando que
mesmo pessoas que se relacionam com Deus podem ter seus momentos de fraqueza e ceder
à influência do mundo ao seu redor. Em seguida, vemos Mica, um homem que cria sua própria
casa de ídolos e até mesmo consagra um de seus filhos como sacerdote. Essas histórias nos alertam sobre os perigos da idolatria e da adoração de ídolos, que podem ser pessoas ou coisas que roubam a glória de Deus e nos lembram da importância de mantermos nossa fé
em Deus, evitando as tentações que nos levam a desviar desse caminho.
REFERÊNCIAS
Comentário Expositivo de Gênesis - Hernandes Dias Lopes
Novo Comentário Bíblico do A.T. – Central Gospel
Juízes - Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe
Juízes - O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento - Central Gospel
Notas do Pastor Mário Luna
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