🟠 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌 𝐎𝐒 𝐓𝐄𝐑𝐀𝐅𝐈𝐍𝐒❓
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A palavra terafins é a transliteração do hebraico תְּרָפִים. Sua origem etimológica é duvidosa (Brown-Driver-Briggs), porém Strong levanta a hipótese desse termo está relacionado a palavra hebraica רָפָא (rapha) que significa cura. Em geral, é traduzido para o português como “ídolos familiares” ou “ídolos do clã”.
Os terafins, ou ídolos familiares, eram pequenas representações dos deuses pagãos feitos em argila, madeira ou pedra. Conforme a arqueologia contemporânea aponta, além do seu uso idolátrico, os terafins também eram usados como apólice de propriedade de terras; quem possuísse os terafins também possuía o direito sobre algum lote de terra. Além disso, os terafins eram entregues ao filho que possuía o direito de primogenitura. Assim podemos concluir que Labão recebeu o direito de primogenitura de seu pai Naor, sendo essas pequenas imagens símbolos de sua liderança no clã.
Muitos afirmam que é por isso que aqueles ídolos eram tão importantes para Labão. Então, quando Raquel roubou os terafins de seu pai (Gn 31.19), provavelmente tinha em mente uma forma de fazer Justiça ou uma forma de obter uma indenização para seu esposo Jacó, que por várias vezes foi lesado por Labão.
O dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento expressa que:
𝘈 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘪𝘳 𝘥𝘦 1926, 𝘤𝘰𝘮 𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘤𝘰𝘣𝘦𝘳𝘵𝘢 𝘦 𝘢 𝘥𝘦𝘤𝘪𝘧𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘤𝘦𝘳𝘵𝘰𝘴 𝘥𝘰𝘤𝘶𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘤𝘶𝘯𝘦𝘪𝘧𝘰𝘳𝘮𝘦𝘴 𝘯𝘢 𝘢𝘯𝘵𝘪𝘨𝘢 𝘕𝘜𝘡𝘐, 𝘵𝘰𝘳𝘯𝘰𝘶-𝘴𝘦 𝘭𝘶𝘨𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮𝘶𝘮 𝘢𝘧𝘪𝘳𝘮𝘢𝘳, 𝘤𝘰𝘮 𝘣𝘢𝘴𝘦 𝘯𝘦𝘴𝘴𝘦𝘴 𝘵𝘦𝘹𝘵𝘰𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘙𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭 𝘳𝘰𝘶𝘣𝘰𝘶 𝘰𝘴 𝘵𝘦𝘳𝘢𝘧𝘪𝘯𝘴 𝘥𝘦 𝘓𝘢𝘣ã𝘰 (𝘎𝘯 31:17-50) 𝘢 𝘧𝘪𝘮 𝘥𝘦 𝘢𝘴𝘴𝘦𝘨𝘶𝘳𝘢𝘳 𝘰 𝘥𝘪𝘳𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘢 𝘑𝘢𝘤ó à 𝘩𝘦𝘳𝘢𝘯ç𝘢 𝘥𝘦 𝘓𝘢𝘣ã𝘰 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘦 𝘮𝘰𝘳𝘳𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘰𝘶, 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘮𝘦𝘯𝘰𝘴, 𝘨𝘢𝘳𝘢𝘯𝘵𝘪𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘤𝘭ã 𝘥𝘦 𝘑𝘢𝘤ó 𝘵𝘪𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘭𝘪𝘥𝘦𝘳𝘢𝘯ç𝘢 𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳 𝘦𝘴𝘱𝘪𝘳𝘪𝘵𝘶𝘢𝘭. (2000, p.1660)
Lembrando, também, que o roubo dos terafins marca a ruptura dos patriarcas com a família de Labão e é esse o principal motivo desse fato ser narrado nas escrituras. Lembrem-se que Labão era filho de Naor, irmão de Abraão (Gn 24:15). Rebeca, esposa de Isaque, era irmã de Labão (Gn 24:29), logo Jacó e sua família tinham uma relação de parentesco com Labão; assim como todos os demais patriarcas. O Juramento feito entre Jacó e Labão, representado e simbolizado na coluna de pedras (Gn 31:44-53), deixa claro que Jacó não podia atravessar mais para o lado de Labão.
Então, acabava ali a relação entre aquelas famílias, marcando o fim do vínculo dos patriarcas com a família de Abraão. Cumprindo de fato o que Deus tinha dito a Abraão, em Gn 12.1, para sair do meio de sua parentela. É por isso que o texto Bíblico é tão enfático ao destacar o roubo de terafins e, principalmente, ao desprender tempo na descrição da aliança que Labão faz com Jacó através do monte de pedras (Gn 31:44-53). Esse episódio marca o fim da relação da linhagem de Abraão com a família de Naor, esse é o propósito fundamental do texto.
Então, toda essa confusão, em família, causada pelo roubo dos terafins foi providencial, pois a linhagem de Abraão desvincula-se de uma vez da linhagem de Terá, cumprindo-se, de fato, Gn 12.1. 📖
📚 𝐑𝐄𝐅𝐄𝐑Ê𝐍𝐂𝐈𝐀𝐒
⏺️ - Concordância exaustiva de STRONG; 2002, editora grupo Nelson.
⏺️ - Dicionário Internacional de Teologia do Antigo testamento; Edições Vida Nova, São Paulo, 2000.
⏺️ - Léxico Hebraico Inglês BROWN-DRIVER-BRIGGS, 2011, Editora Tyndale House.
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