EBD - Lição 3 - [Adultos] - Ciúme, o Mal que Prejudica a Família - 16-04-2023
TEXTO ÁUREO
“Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.” (Tg 3.16)
VERDADE PRÁTICA
O ciúme é uma obra da carne e só o fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins
dessa emoção.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 37.1-4,11,18,23,24,28
OBJETIVOS DA LIÇÃO
I) REFLETIR sobre as consequências do favoritismo e do ciúme na família de Jacó;
II) IDENTIFICAR os males que o ciúme provoca nos relacionamentos;
III) COMPREENDER que o homem precisa orientar seu coração pela Palavra de Deus e não por suas emoções carnais.
PALAVRA-CHAVE - Ciúme
PLANO DE AULA
Nesta lição, os professores (as) têm a missão de explicar aos alunos que o ciúme é uma emoção
carnal e, se cultivado, pode resultar em descontrole, causando graves consequências para as
famílias e relacionamentos em geral.
Comece a aula propondo um diálogo sobre o ciúme. Pergunte à sua classe: "Alguém aqui é
ciumento? Costumam sentir ciúmes de alguém ou alguma coisa? Já foram alvo de ciúmes? Se sim, como se sentiram?"
A aula deve girar em torno dos alunos entenderem que o cristão não pode ter as ações dirigidas
por seus impulsos ou emoções carnais, e como ele pode lidar com essa emoção.
INTRODUÇÃO
A história dos filhos de Jacó não só é comovente, mas dramática. José, o filho amado do patriarca, foi alvo do ciúme dos seus irmãos. É verdade que Jacó tinha certa preferência por ele.
Por isso, tornou-se uma pessoa de confiança do velho pai. José delatava todas as más ações de
seus irmãos para o patriarca da família. Por esse motivo, eles o viam como um delator e merecedor das hostilidades deles.
Pelo menos três coisas pesavam contra José aos olhos de seus irmãos: seus irmãos Dã, Naftali,
Gade e Aser não eram bons exemplos para ele, por isso ele trouxe más notícias sobre eles a
seu pai; seu pai lhe deu uma túnica de várias cores; e os sonhos que Deus lhe deu, que seus
irmãos interpretaram como uma indicação da superioridade de José.
A lição de hoje não tem o objetivo de tratar dos aspectos gerais da história de José, mas enfatizar essa relação de conflito dentro da família de Jacó. Vejamos as consequências para
uma família em que a inveja e o ciúme estão presentes.
I – A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS
1. A preferência de Jacó.
Em Gênesis 37, lemos que “Jacó amava a José mais do que a todos os seus filhos” (Gn 37.3). É
possível que o patriarca tenha percebido que havia algo especial em relação a José. Entretanto,
independentemente de ser o filho da sua velhice, José era um dos muitos filhos que ele havia
gerado. Naturalmente, quando são conscientes do seu papel paterno e materno dentro do lar,
os pais percebem as diferenças de personalidade e de temperamento de cada um dos filhos.
Por isso, é preciso muita atenção no relacionamento com eles.
Na lição 2, estudamos a respeito
do problema que foi gerado pela predileção de Isaque e Rebeca entre Esaú e Jacó. Aqui, na
história de José, veremos que a predileção de Jacó produziu o ciúme e a inveja entre os irmãos,
as consequências graves dessa prática dentro da família.
Jacó foi criado em um lar onde havia favoritismo e ele está repetindo essa mesma prática que
causou problemas entre ele e seu irmão Esaú, e agora está causando problemas entre seus
filhos. Podemos aprender com isso que existem pessoas que, mesmo vivenciando
consequências negativas de suas ações, acabam repetindo essas mesmas ações com outras
pessoas, pois não aprenderam as lições sobre o que é certo e errado.
LIÇÃO PRINCIPAL
A preferência dos pais por um filho em detrimento dos outros pode gerar ciúme e inveja entre
os irmãos, causando consequências graves dentro da família. É importante que os pais tratem
todos os filhos com igualdade e atenção às suas diferenças de personalidade e temperamento.
2. O ciúme em meio à preferência.
Jacó não mediu as consequências ao presentear seu filho José com “uma capa de várias cores”
numa clara atitude de preferência. Isso provocou ciúmes nos demais filhos, os quais
entenderam que o pai não lhes dava o devido valor. Ora, José era o décimo primeiro filho de
Jacó, e quando os mais velhos se sentiram alijados (excluídos, destituídos) do amor do pai,
encheram-se de fúria. Eles viam que esse traje especial significava o favoritismo da parte do
pai e, por isso, “aborreceram-no” (v.4).
Já havia uma rivalidade por causa das más notícias sobre Dã, Naftali, Gade e Aser. Não sabemos
se as más notícias que José trazia para seu pai sobre seus irmãos eram iniciativa dele ou se o
pai lhe havia designado essa tarefa. Se este for o caso, a atitude de Jacó não foi sábia e gerou
essa rivalidade. Agora, a túnica de várias cores trouxe ciúme e gerou uma fúria, ou seja, uma
raiva extrema e descontrolada, fazendo com que os irmãos de José não pudessem falar com ele
pacificamente. No caso da túnica, José realmente não teve culpa, pois quem estava promovendo
tudo isso era a atitude de seu pai Jacó.
É importante notar que, mesmo que sejamos desprezados devido ao favoritismo presente em
nosso ambiente, como cristãos jamais devemos sentir ciúmes, fúria ou aborrecer alguém.
LIÇÃO PRINCIPAL
É importante que os pais não demonstrem favoritismo por meio de presentes e tratem todos os
filhos com igualdade.
3. A inveja não permite compreender os desígnios de Deus.
Além desse presente do pai a José, também havia os sonhos de José que o colocavam sempre
em superioridade em relação aos seus irmãos. O sonho dos molhos de trigo e o sonho dos
corpos celestes que se inclinavam diante de José (vv.5-9), quando contado para seus irmãos,
fizeram com que eles entendessem que José agia com arrogância e despeito em relação a eles
e, por isso, o rejeitavam. Os sonhos tinham um caráter profético, mas seus irmãos entenderam
como uma atitude presunçosa da parte de José. Não podiam enxergar o que aconteceria alguns
anos depois, quando José tornou-se governador do Egito (Gn 41.41-43).
LIÇÃO PRINCIPAL
Aprendemos sobre importância de não agir com arrogância em relação aos outros e de não
julgar alguém com base em impressões superficiais, pois a verdadeira natureza das coisas pode
ser revelada apenas com o tempo.
SINÓPSE I
Jacó tinha um favoritismo por seu filho José. Tal prática prejudicou sua família e provocou
dissensão entre os irmãos.
II – O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITOS
1. A túnica: o símbolo do desprezo.
A vestimenta tradicional do povo antigo tinha, no máximo, duas cores, feita de fios de linho
grosso. A “túnica colorida” de José o colocava em posição de destaque em relação aos outros
filhos (Gn 37.3). Isso corroborava o sentimento de predileção de Jacó por José. O ciúme derivado
dessa má atitude do patriarca promoveu tristes consequências na família de Jacó.
Lendo o que foi dito, devemos nos fazer a seguinte pergunta: até que ponto os pais podem ser insensíveis e não perceber que estão tratando algum filho com favoritismo, promovendo desunião na família?
Como pais, é importante não sermos instrumentos que contribuem para a desunião entre
nossos filhos devido às nossas preferências pessoais.
LIÇÃO PRINCIPAL
A preferência de Jacó por José, evidenciada pela capa colorida, gerou inveja nos irmãos de José
e levou a consequências tristes.
2. Ciúme: o agente do conflito familiar.
Os irmãos de José sentiam-se ignorados pelo pai. Por outro lado, em razão de desfrutar do
favoritismo do pai, José agiu com inexperiência, imaturidade e arrogância. Seus irmãos, com o orgulho ferido por causa da preferência paterna por José, não aceitavam sequer ouvir o filho
preferido de Jacó. Por isso, encheram-se de rancor e ódio, desejando até mesmo acabar com a vida do irmão.
Se não fosse a boa mão de Deus, José poderia ter sido assassinado, assim como Abel foi por seu irmão Caim. Quantas tragédias acontecem em lares devido ao favoritismo?
O ciúme é uma emoção que tem origem no egoísmo. É como uma infecção que se espalha no corpo doente. A inveja, o rancor e o ódio, geralmente, têm no ciúme o nascedouro, como o sábio Salomão declarou: “[...] o ciúme desperta o furor [...]” (Pv 6.34). No Novo Testamento, o
apóstolo Paulo mostra que tudo o que provoca contenda e dissenções tem como origem a carne
(1 Co 3.3). O ciúme é uma obra da carne.
Obra da carne aqui está se referindo a natureza pecaminosa e o cristão não pode ser dominado
por essa natureza, pois foi liberto do poder do pecado e precisa viver uma vida de santificação.
LIÇÃO PRINCIPAL
O ciúme é uma emoção egoísta que pode causar consequências graves, como a inveja, rancor
e ódio. Tudo isso são obras da Carne.
3. A extensão do ciúme.
Na presente lição, analisamos o ciúme na relação entre os irmãos, mas ele está presente em
muitas outras relações. O ciúme pode trazer problemas para a vida conjugal, amizades sinceras
e relacionamento profissional, etc. Geralmente, onde o ciúme está presente existe mais
desprazer e desgosto do que felicidade. No ambiente onde o ciúme domina, sobram
desconfiança, insegurança, controle e posse. Embora todas as pessoas tenham ciúme, pois
trata-se de uma emoção humana, a linha entre o ciúme controlado e o descontrolado é muito tênue.
Quantos filhos e filhas crescem com traumas e levam isso para sua vida adulta, prejudicando
seus relacionamentos interpessoais e até mesmo com sua família de origem e a família que constituem.
Homens e mulheres são dominados pelo ciúme em relação aos seus cônjuges, pois foram rejeitados de alguma forma pelos pais, e acham que o cônjuge também os rejeitará. Isso os leva a comportamentos agressivos e possessivos.
LIÇÃO PRINCIPAL
O ciúme pode trazer problemas para diversos tipos de relacionamentos e pode facilmente sair
do controle, gerando desconfiança, insegurança e controle excessivo. É importante estar atento
aos sinais do ciúme e trabalhar para controlá-lo.
SINÓPSE II
Na família de Jacó podemos constatar que o ciúme é uma obra da carne e, quando cultivado,
prejudica muito os relacionamentos humanos.
III – OS MALES DO CIÚME
1. O ciúme pode causar tragédias familiares.
Não são poucas as notícias de tragédias conjugais em que o ciúme é a causa. Não são poucos
os casos em que pessoas prejudicam as outras por causa do ciúme. Não foi diferente no tempo
de Jesus, em que a casta sacerdotal ficou enciumada e invejosa por causa da extensão do
ministério terreno do nosso Salvador (Mc 15.10).
LIÇÃO PRINCIPAL
O ciúme pode causar tragédias, pois as pessoas que sentem-se ofendidas podem querer
prejudicar as pessoas.
2. O ciúme entre os santos de Deus.
Se, de maneira geral, o ciúme obsessivo surge da parte de um dos cônjuges, terminando quase
sempre em violência, separação e ofensas mútuas, infelizmente, entre os santos de Deus, o
ciúme também pode minar as relações de pessoas que outrora eram próximas. Assim, por ciúmes, se calunia, difama e ofende o irmão em Cristo ou um colega de ministério. Que o Espírito Santo guarde os nossos corações, de modo que produzamos o fruto do amor, e “não
sejamos cobiçosos de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”
(Gl 5.25).
Quando a unidade do corpo não é constantemente ensinada na igreja local, onde cada função
no corpo (igreja) é distribuída pelo Espírito Santo de acordo com Sua vontade, e todos os
membros do corpo são necessários para o bom funcionamento, tal igreja pode se tornar um local onde o ciúme e a inveja crescem, pois as pessoas se ressentem daquelas que estão sendo
usadas. Isso cria um ambiente de competição, onde vale tudo para atrapalhar o crescimento
daqueles que são vistos como ameaça. Isso indica membros carnais.
Leiam 1 Coríntios 12 e Efésios 4.
LIÇÃO PRINCIPAL
O ciúme ataca casamentos, mas também relacionamentos entre irmãos em Cristo. Esse
sentimento é uma obra da carne que precisa ser arrancado do nosso meio.
3. Vencendo o ciúme.
Em primeiro lugar é preciso alimentar a mente com as coisas de Deus (Fp 4.8). O que pensamos
e o que está em nosso coração determinam as nossas ações (Pv 4.23).
Fp 4:8 na (ARC) diz: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
Em segundo lugar, é muito importante saber se a emoção do ciúme está impactando e
comprometendo a qualidade de vida. Se a constatação for afirmativa, é importante procurar a
ajuda pastoral que, com base na Palavra, o aconselhará com sabedoria.
E, finalmente, considere com muita atenção o que o apóstolo Paulo ensinou a respeito do amor:
“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não
se ensoberbece” (1 Co 13.4). A Palavra de Deus ainda é o melhor antídoto para tratar as emoções
negativas.
LIÇÃO PRINCIPAL
Ao invés de alimentar a mente com coisas que aumente o ciúme, devemos nos concentrar nos
ensinamentos da palavra de Deus (Fp 4.8; 1Co 13.4).
SINÓPSE III
O ciúme obsessivo quase sempre resulta em violência, separação e ofensas mútuas no casamento. Ele mina também as relações de amigos e irmãos.
CONCLUSÃO
O ardor emocional denominado “ciúme” deve ser impedido de prosseguir seu caminho de
destruição moral, física e espiritual. O apóstolo Paulo aconselha-nos a que andemos
dignamente e evitemos contendas e ciúmes (Rm 13.13). O único modo de deter o poder
destrutivo do ciúme é desenvolver o “fruto do Espírito” (Gl 5.22). Este desenvolve a nossa alma
para a prática das virtudes cristãs e, ao mesmo tempo, enfraquece as emoções humanas
provenientes dos vícios da alma.
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